Reportagem publicada hoje (18/02) no suplemento do Valor Econômico sobre negócios sustentáveis mostra que o Brasil deve se inserir no movimento já presente nos EUA e na Europa, de atestar aos consumidores o uso de fonte renovável nos processos industriais.
Em dezembro, a cerveja Heineken passou a ser produzida com energia 100% renovável. Em maio, a novidade será estampada nos rótulos das garrafas, latas e barris, com um símbolo indicando a utilização de energia 100% renovável. “Para apoiar o compromisso da companhia de ter sua produção e envase supridos 100% por energia renovável até 2023, o Grupo Heineken vai adquirir I-Recs (certificados de energia renovável)”, diz a gerente de sustentabilidade da empresa, Ornella Vilardo.
A Votorantim Energia, outro exemplo citado pela reportagem, tem mais de 650 MW em usinas eólicas instaladas no Piauí e deve começar em breve as obras para aumentar a potência de geração em pouco mais de 400 MW. Parte disso irá para atender as empresas do grupo, como a CBA e Votorantim Cimentos, e outra irá para o mercado livre. A empresa, terceira maior comercializadora de energia do país, com 20% do total negociado dentro do próprio grupo, está também de olho nos parques híbridos que mesclam energia eólica e solar, uma forma de se proteger diante das oscilações de preço oriundas da adoção do preço de liquidação de diferenças horário (PLD), vigente desde janeiro.
Bandeira tarifária tem déficit de R$ 3 bilhões em 2020, diz Aneel; o valor será cobrado nas contas de luz
O portal de notícias G1 informa que os consumidores brasileiros terão que pagar R$ 3,1 bilhões a mais nas contas de luz neste ano para cobrir o déficit na arrecadação da bandeira tarifária em 2020, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
O objetivo é que esse montante pague pelo uso mais intenso das termelétricas, usinas que geram energia mais cara. O déficit do ano passado aconteceu porque a cobrança da bandeira tarifária ficou seis meses suspensa por decisão da Aneel, que adotou a medida para aliviar os impactos da pandemia da covid-19 na economia do país.
A cobrança foi retomada em dezembro e, desde então, tem encarecido as contas de luz dos brasileiros. Neste mês de fevereiro, vigora a bandeira amarela, que aplica taxa extra de R$ 1,34 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. De acordo com a agência reguladora, o custo a ser coberto pelas bandeiras tarifárias em 2020 foi de R$ 4,45 bilhões. Entretanto, o valor arrecadado foi de R$ 1,33 bilhão.
Comerc lança assinatura digital de energia solar
A comercializadora Comerc Energia e o fundo Perfin criaram uma joint venture para fornecer energia solar distribuída a pequenos e médios consumidores – a Sou Vagalume. Conforme explica o Valor Econômico, a ideia é oferecer uma assinatura de energia digital, baseada na geração compartilhada, para clientes que não preenchem os requisitos mínimos para migrar para o mercado livre ou não têm capital inicial para a instalação de placas solares próprias.
A companhia estima que consegue baratear em 20% a conta de luz de clientes comerciais. Para consumidores residenciais, o desconto sobre a tarifa cobrada pela distribuidora está estimado em 12%, economia que fica em 14% no caso de produtores rurais.
“A Sou Vagalume quer trazer aos consumidores a possibilidade de fazer parte de comunidades solares, para gerar economia na conta de luz, além de contribuir com a questão da sustentabilidade. Isso é muito relevante para pequenos negócios, que passaram por dificuldades na pandemia”, afirma a presidente da joint venture, Josiane Palomino. A meta é atingir 150 mil clientes em três anos por meio de uma assinatura digital e sem fidelidade.
Falta de gás afeta operação da Térmica Uruguaiana
A falta de combustível (gás natural) tornou-se um obstáculo para a operação da Central Térmica Uruguaiana (CTU), conforme informa o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Carlos Ciocchi.
A perspectiva era de que a usina gerasse energia desde sábado passado (13/02) e o complexo chegou a sincronizar uma unidade geradora, mas novos testes terão que ser realizados após terem sido constatados problemas técnicos. O gás natural que abastecerá a térmica virá da Argentina. (Jornal do Comércio – RS)
PANORAMA DA MÍDIA
O Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou ontem (17/02), por unanimidade, a prisão do deputado bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ), que foi detido por determinação do ministro Alexandre de Moraes, horas após divulgar um vídeo contendo apologia ao Ato Institucional 5 (AI-5), decretado durante o regime militar, além de discurso de ódio contra os integrantes da Corte.
A notícia é o principal destaque na edição desta quinta-feira (18/02) dos jornais de circulação nacional. Conforme explica o jornal O Estado de S. Paulo, diante desse veredicto, a Câmara dos Deputados, sob pressão, deve se debruçar hoje sobre o destino de Silveira. De acordo com a reportagem, a ideia, porém, é adiar a votação, sob o argumento de que, após a decisão dos 11 ministros do STF a favor da prisão do deputado, não é possível afrontar a Corte.
Já a Folha de S. Paulo informa que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tentava costurar um acordo com os partidos e com integrantes do STF para revogar a prisão, tida como precedente perigoso para parlamentares, mas assegurando um rito acelerado para suspensão ou até cassação do mandato de Silveira.
Para sinalizar que está disposto a punir o deputado, mesmo sendo contra a prisão, Arthur Lira reativou o Conselho de Ética da Câmara, paralisado desde antes da pandemia, e já encaminhou uma representação contra Silveira, segundo informação do jornal O Globo.
O Valor Econômico destaca que a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ontem (17/02) ao Supremo Tribunal Federal que o deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), preso por determinação da Corte, cumpra medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica. O pedido do órgão pode tornar-se a solução para a crise institucional aberta entre o Judiciário e o Congresso desde a prisão do parlamentar, na noite de terça-feira.
