Ex-presidente da Associação dos Investidores no Mercado de Capitais (Amec) e integrante do conselho de administração da Eletrobras, Mauro Cunha afirmou neste fim de semana que o conselho da Petrobras tem a “obrigação” de reconduzir Roberto Castello Branco na presidência da Petrobras e não ser um “mero órgão carimbador” da vontade da União. A declaração foi feita em uma rede social e vista pela MegaWhat.
“O conselho da Petrobras tem a obrigação de reconduzir Roberto Castello Branco como CEO na reunião da próxima terça-feira. Era esse todo o encaminhamento que vinha sendo dado pelo próprio julgamento do conselho e de seus órgãos de governança. Escolher o CEO (e não apenas preservar a política de preços) é a função mais básica de um conselho de administração. Se o conselho não tem opinião sobre quem é a melhor pessoa para liderar a companhia, ele se reduz a um mero órgão carimbador da vontade do acionista controlador!”, afirmou Cunha, em postagem no Linkedin.
O posicionamento de Cunha é particularmente interessante no momento em que o conselho de administração da Eletrobras também discute a indicação de um nome para substituir Wilson Ferreira Junior na presidência da estatal elétrica. O executivo, que apresentou renúncia ao cargo em janeiro, ficará no comando da companhia até março, quando assumirá a presidência da BR Distribuidora.
Segundo um integrante de conselhos de administração de companhias brasileiras, em condição de anonimato, a postura do presidente Jair Bolsonaro com relação à Petrobras é um “sinal vermelho” para a Eletrobras.
O Credit Suisse rebaixou a recomendação das ações da Eletrobras, refletindo o aumento dos riscos no setor de energia elétrica, depois que Bolsonaro interferiu no comando da Petrobras e indicou que considera alterar também as tarifas de energia.
Às 10h25, as ações da Petrobras eram negociadas com queda superior a 15%. A ação ordinária da Eletrobras recuava 9,76% (R$ 26,50) e o Ibovespa registrava queda de 4,55%, com 113.044 pontos.