Os investidores participantes do processo de venda das refinarias da Petrobras manifestaram preocupação com relação ao negócio, após a decisão do presidente Jair Bolsonaro de substituir o presidente da petroleira, Roberto Castello Branco, após o último reajuste dos preços de gasolina e diesel, contou o executivo, nesta quinta-feira, 25 de fevereiro. Segundo ele, porém, até o momento não foi registrada nenhuma desistência entre os participantes do processo.
“Quanto aos proponentes para comprar as refinarias, vi manifestações de preocupação apenas. Até o momento, não houve nenhuma desistência”, disse Castello Branco, em teleconferência com analistas e investidores sobre o resultado da empresa no quarto trimestre e no ano de 2020.
Até o momento, a companhia não assinou o contrato de compra e venda de nenhuma das oito refinarias colocadas à venda. De acordo com termo de compromisso firmado com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a estatal tem até o fim deste ano para concluir a venda desses empreendimentos, que respondem por metade do parque de refino do país.
Questionado sobre o futuro da companhia, ele disse não poder opinar sobre o assunto. “Cabe aos que me sucederem tomar decisões para o futuro”, afirmou o executivo, acrescentando que estará à disposição para contribuir para uma transição “suave”.
O executivo ressaltou ainda que não haverá uma debandada da diretoria executiva da empresa. “A diretoria não sairá. Eles ficarão até o fim do mandato”, completou Castello Branco.
Combustíveis
Durante a teleconferência, o diretor de Comercialização de Logística, André Chiarini, destacou que a demanda de combustíveis no Brasil já superaram os níveis pré-covid-19.
Segundo ele, em janeiro deste ano, as vendas de diesel “A” (sem a adição de biodiesel) da Petrobras cresceram 18,8%, em relação a igual período do ano passado. Na mesma comparação, as vendas da gasolina “A” (sem adição de álcool etílico) da empresa saltaram 8,5%.