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PMO: Hidrologia se recupera em fevereiro, mas principais bacias continuam com déficit

As precipitações nas principais bacias do Sistema Interligado Nacional (SIN) continuaram consideravelmente abaixo da média histórica em fevereiro, configurando o 8º pior mês de todo o histórico. As condições do sistema e perspectivas futuras foram discutidas nessa quinta-feira, 25 de fevereiro, durante a reunião do Programa Mensal da Operação (PMO) com agentes do mercado, feita pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

No período de setembro de 2020 a fevereiro de 2021, as afluências no SIN ficaram em 64% da média de longo termo (MLT), sendo o pior desempenho acumulado no período de toda a série histórica do ONS.

As principais bacias seguem com grandes déficits de acumulação no período, sendo as maiores nas bacias do Tocantins (-29%), Grande (-289%) e Uruguai (-28%). Na bacia do Paranaíba, o déficit é de 23%. A bacia do São Francisco, por sua vez, acumula déficit de 12% desde setembro, e a do Iguaçu registra -16%.

No subsistema Sudeste/Centro-Oeste, a carga não mostrou grandes variações em fevereiro, apenas durante a semana do Carnaval, e a região continuou como importadora de energia no balanço do mês. As bacias do Grande e do Paranaíba continuam reduzindo a geração hidráulica, enquanto a do Madeira tem aumentado gradativamente a geração, assim como as demais bacias do subsistema, com destaque para a melhora de Itaipu.

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No Sul, a recuperação das condições de armazenamento fez com que o ONS aumentasse e maximizasse a geração hídrica no início do mês, para evitar o vertimento. No entanto, a segunda quinzena teve ausência de chuvas volumosas, e a geração das hidrelétricas caiu.

O Nordeste passou a ser importador de energia em fevereiro, enquanto a geração eólica segue em declínio, mas com picos e valores mais elevados na comparação com o mesmo período do ano passado. Nas hidrelétricas, segue a prática de minimizar a geração para recuperar os reservatórios do São Francisco, a fim de garantir maior segurança energética durante o período seco. 

Em relação à carga para março, no Sudeste/Centro-Oeste, a previsão é menos otimista que o planejamento anual do ONS em cerca de 600 MW médios a menos, em 41.493 MW médios. Para a bril, a previsão se mantém em 40.935 MW médios.

No Sul, a carga projetada para março e abril não foi alterada em relação ao planejamento anual, em 12.605 MW médios e 12.029 MW médios, respectivamente.

No Nordeste, a previsão de carga está mais otimista que a do planejamento anual, em 11.693 MW médios e 11.469 MW médios, respectivamente.

No subsistema Norte, os valores previstos para a carga em março e abril são de 5.736 MW médios e 5.696 MW médios, abaixo do esperado no planejamento anual.

Considerando o SIN, a expectativa de carga se mantém próxima do planejamento anual, em 71.527 MW médios em março e 70.129 MW médios em abril.