Óleo e Gás

Era do petróleo não está perto do fim, diz diretora da EPE

Era do petróleo não está perto do fim, diz diretora da EPE

A era do petróleo está longe de chegar ao fim, e os combustíveis fósseis devem se manter importantes em meio à agenda de transição energética no mundo, disse Heloisa Borges, diretora de estudos de petróleo, gás natural e biocombustíveis da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), durante webinar realizado pela Fundação Getúlio Vargas.

“Não seja inocente de achar que a era do petróleo acabou e daqui a 10 anos não falaremos mais disso, isso não existe. Mesmo nos cenários mais agressivos, a gente vê que petróleo e gás natural continuam sendo combustíveis absolutamente essenciais na matriz energética mundial”, disse a especialista.

Segundo ela, a indústria de petróleo e gás será um ativo importante e fundamental no caminho da transição energética. 

No Brasil, a especialista aposta na força das políticas de biocombustíveis e bioenergia para o avanço da descarbonização. “É muito mais provável fazer isso, por exemplo, num carro híbrido, do que num veículo puramente elétrico”, disse. 

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A transição energética não é um objetivo mas um processo, “uma caminhada rumo a uma economia de baixo carbono”, e cada país tem alternativas diferentes para isso, dependendo dos recursos disponíveis, população, industrialização e outras características.

Na próxima década, a EPE não espera grandes expansões de refinarias no Brasil, mas sim a otimização do parque de refino existente. “E na próxima década o refinador do futuro vai ter que começar a pensar na transição energética. Começaremos a ver a entrada de biorefinarias e complexos energéticos”, disse.

Esse “refinador do futuro” vai ter que ser resiliente e adaptativo, já que vai competir com um mundo que está em transformação, segundo Borges. “O petróleo vai continuar sendo importante e fundamental, mas não necessariamente o padrão de consumo que enxergamos hoje permanece, ele muda”, disse.

Rodada permanente

A diretora da EPE destacou a importância das rodadas permanentes para produção e petróleo e gás natural para a atração de investimentos no país.

As rodadas permanentes são realizadas pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e consistem na oferta contínua de blocos exploratórios e áreas com acumulações marginais localizados em bacias terrestres ou marítimas. 

“É um mecanismo diferente, não é um modelo que arrecada de uma vez dezenas de bilões em bônus de assinatura, mas é consistente para atrair dezenas de bilhões em investimentos”, disse Borges.