A Energisa obteve lucro líquido de R$ 192 milhões no quarto trimestre do ano passado, queda de 45,6% em relação ao resultado do mesmo período de 2019.
A queda de lucro refletiu, entre outros fatores, o resultado financeiro negativo em R$ 495,7 milhões, mais que o dobro do resultado negativo de R$ 231,4 milhões obtido um ano antes.
A companhia teve o efeito negativo e não caixa da marcação a mercado do bônus de subscrição atrelado à 7ª emissão, no valor de R$ 393,9 milhões.
Por outro lado, houve o efeito positivo de reversão de perdas para controvérsia relativa à alienação de ativos de geração em 2014, no valor de R$ 88,5 milhões.
Desconsiderando os efeitos não recorrentes, o lucro líquido do trimestre seria de R$ 313,3 milhões, 87,2% acima do lucro não recorrente do quarto trimestre de 2019.
A receita operacional líquida da companhia subiu 25,2% no trimestre, para R$ 5,5 bilhões. A receita bruta subiu 15,7%, para R$ 8,9 bilhões, sendo R$ 6,07 bilhões a receita de energia elétrica para o mercado cativo (aumento de 5,5%).
O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) somou R$ 1,12 bilhão, aumento de 15,7%.
Segundo o Itaú BBA, os resultados da Energisa vieram acima do esperado, com fortes resultados em distribuição, performance sólida em termos de custos, reversão de provisões para inadimplência relacionada à covid-19 e geração de caixa de R$ 447 milhões.
Os analistas Marcelo Sá, Fernando Zorzi e Luiza Candiota, contudo, alertam para o aumento dos riscos relacionados à segunda onda de covid-19 no Brasil. “Destacamos o risco de um segundo trimestre de 2021 fraco, diante do aperto das restrições por causa da segunda onda, mas também esperamos que os impactos da pandemia na demanda e na inadimplência sejam menores do que foram no segundo trimestre de 2020. No lado positivo, acreditamos que o aumento na vacinação poderia ajudar a superar a pandemia no segundo semestre do ano”, escreveram.