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Copel avalia aquisição de projetos de geração renovável em operação

A Copel está avaliando a aquisição de projetos de geração eólica e solar operacionais (“brownfield”), com preferência por empreendimentos no qual possa ser sócia controladora e consolidar em seu balanço, disse Cassio Santana da Silva, diretor de desenvolvimento de negócios da estatal paranaense, em evento realizado com investidores e analistas na manhã de hoje.

O executivo disse que não poderia entrar em detalhes sobre as negociações, já que são protegidas por acordos de confidencialidade, mas destacou que sua equipe tem trabalhado com “workload” (carga de trabalho) de 80% a 85% voltada para isso.

Para os potenciais investimentos, a Copel reformou a metodologia para retorno mínimo exigido em alocação de capital, em um “processos robusto” que visa só mirar em projetos bons, disse Adriano Moura, diretor financeiro da companhia.

“Nós temos olhado e conversado. Participamos dos desinvestimentos da Petrobras e perdemos, o que mostra que a governança está firme e sólida”, disse Daniel Slaviero, presidente da companhia. Segundo o executivo, se não houver projetos potenciais para investimentos, a companhia pode aumentar o percentual de proventos distribuídos aos acionistas na forma de dividendos.

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Em 2020, a Copel distribuiu R$ 2,5 bilhões em dividendos. Neste ano, a empresa deve cumprir a política de dividendos estabelecida recentemente e fazer dois eventos de dividendos. “Com o resultado da performance operacional deste ano, podemos esperar bom resultado no primeiro semestre e, consequentemente, no segundo semestre, conforme a política de pagamento de dividendos extraordinários”, disse Slaviero.

A Copel está trabalhando para fixar as datas de distribuição de dividendos anuais. Segundo Moura, essas regras devem ser divulgadas ao mercado em breve, com validade para a partir de 2022.

Considerando a meta de endividamento de 2,7 vezes, ante a alavancagem de 1,3 vezes do fim de 2020, e a expectativa de geração de caixa de 2021, a Copel tem espaço extra para investimentos e distribuição de dividendos. Segundo Moura, esse espaço pode ser de R$ 7 bilhões. Se a estatal repetir a distribuição de cerca de R$ 2,5 bilhões em dividendos, restam R$ 4,5 bilhões em investimentos, que podem ser voltados a novos projetos.

“É um potencial hipotético, até porque, se a gente fizer investimentos que gerem mais Ebitda no futuro, o valor cresce. É uma referência, que mostra que ainda sobram espaços prioritários para bons investimentos”, disse.