O consumo de energia elétrica na primeira quinzena de março foi 1,5% superior ao do mesmo período de 2020, alcançando os 65.689 MW médios. Levando em conta que os maiores impactos decorrentes da pandemia do covid-19 não estavam evidentes em março de 2020, dados preliminares da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) indicam que o mercado livre registrou crescimento de 6,3%, enquanto o mercado cativo caiu 0,7% na comparação anual. Desconsiderando as migrações, o mercado regulado teve alta de 1,4% e o livre registrou um aumento de 1,5%.
De acordo com a Câmara, dos 15 ramos de atividades monitorados, houve queda de consumo naqueles pressionados pelo recrudescimento das medidas de combate ao covid-19. Os setores mais afetados foram os de serviços, com queda de 14,6%, e bebidas, que recuou com 7,6%.
Os segmentos que apresentaram maiores taxas de crescimento foram quase todos eletrointensivos, como metalurgia e produtos de metal (7,9%), extração de minerais metálicos (7,8%), minerais não-metálicos (3,5%) e químicos (3,1%).
Na avaliação regional, os estados que apresentaram as maiores variações positivas foram o Rio de Janeiro, com aumento de 10% em relação ao mesmo período em 2020, o Pará, com 8%, e Minas Gerais, com 6%. As maiores quedas foram percebidas nos estados do Amazonas, que registrou queda de 16% e do Acre, onde o consumo recuou 9%.
A geração de energia cresceu 1,8% na comparação entre a primeira quinzena de março de 2021 e de 2020. As usinas que integram o Sistema Interligado Nacional (SIN), somadas às importações, geraram 69.992 MW médios no período.
As usinas hidráulicas reduziram sua produção em 7,8%, enquanto as demais fontes apresentaram aumento. Novamente o destaque fica com as eólicas, que mais do que dobraram a geração, com um volume 117,1% superior ao mesmo período do ano passado. As térmicas ampliaram sua geração em 36,6%, e as fotovoltaicas em 18,2%.
O aumento da geração eólica decorre da ausência de um fenômeno meteorológico que ocorreu em março de 2020, quando houve mais ocorrências de chuvas no Nordeste, impactando negativamente os ventos. Neste ano, as condições para a fonte na região estão mais favoráveis.