Um volume estimado em 1 milhão de toneladas de gás natural liquefeito (GNL) pode ter a entrega atrasada para a Europa se o bloqueio do Canal de Suez durar mais duas semanas. As estimativas são da consultoria Rystad Energy, com base no movimento médio de navios transportadores de GNL e considerando um período de tempo maior para a retirada do cargueiro que encalhou no local, principal rota de cargas entre a Ásia e a Europa.
“Assumindo uma média de cinco navios [de GNL] por semana, a entrega de cerca de 1 milhão de toneladas de GNL pode ser atrasada se o bloqueio [do Canal de Suez] durar duas semanas. Na pior das hipóteses, de o canal ficar bloqueado por quatro semanas, haveria 2 milhões de toneladas de entrega de carga de GNL atrasadas”, afirma Torres Diaz, chefe de mercados de Gás e Energia da consultoria norueguesa, em comentário sobre o assunto.
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O especialista lembra que o canal é a principal rota de cargas de GNL do Oriente Médio para a Europa. Em 2020, cerca de 260 cargas do produto foram enviadas do Catar para a Europa através do canal, o equivalente à média de cinco por semana.
Segundo a Rystad Energy, há três cargas de GNL no Golfo de Suez esperando para cruzar o Mediterrâneo e que estavam previstas para chegar em terminais de regaseificação europeus durante a primeira semana de abril. Além delas, existem outros dois carregamentos no Mar da Arábia se dirigindo ao canal de Suez. Juntas, essas cargas somam mais de 500 mil toneladas de GNL que não poderão ser entregues aos compradores no prazo.
