Reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, neste domingo (04/04), mostra que o mercado de energia solar segue aquecido no Brasil, apesar da redução da atratividade do investimento, provocada pelo aumento dos custos observado nos últimos meses. A tendência de elevação dos preços dos equipamentos e dos insumos se acentuou nos últimos dois meses. Parte dessa alta está sendo repassada ao consumidor final.
“O nosso watt-médio neste mês, em relação ao ano passado, está em torno de 10% acima. Parte foi repassada ao preço, mas a maior parte foi absorvida”, disse o presidente da Blue Sol, Nelson Colaferro. A distribuidora de equipamentos atua em um modelo de franquias e cursos para o setor solar e pretende quase triplicar as vendas em 2021, para 50 MW, ante 20 MW no ano passado. O mercado brasileiro chegou a ter falta de equipamentos em dezembro. Esse desequilíbrio é decorrente dos efeitos da pandemia de covid-19. Fábricas foram paralisadas no ano passado no principal polo produtor de painéis solares, a China.
Passados os meses iniciais da pandemia, a demanda mundial por energia solar retomou com força, no segundo semestre do ano passado, impulsionada por diversos anúncios de políticas de incentivo às fontes renováveis pelo mundo. Além da pressão na demanda, a desvalorização do real ante o dólar e as maiores taxas de frete também pressionam os custos da energia solar no Brasil. O sócio fundador do marketplace Portal Solar, Rodolfo Mayer, disse que em alguns casos o preço do painel subiu 30% em função do aumento dos custos dos insumos.
PANORAMA DA MÍDIA
Empresas listadas na Bolsa atravessam a década reduzindo seus investimentos – é a manchete de hoje (04/04) da Folha de S. Paulo. De acordo com a reportagem, o investimento voltado para a modernização e a ampliação das estruturas de companhias listadas na Bolsa brasileira caiu drasticamente na última década, segundo levantamento da Economatica, empresa provedora de dados financeiros.
Estudo que analisou 221 companhias de capital aberto nos últimos dez anos mostra que o desembolso, considerando a inflação, caiu de R$ 338 bilhões, em 2011, para R$ 272 bilhões em 2019, antes de a pandemia provocar um mergulho mais profundo ainda, levando o investimento a R$ 153 bilhões no ano passado.
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Em entrevista publicada na edição deste domingo (04/04) pelo jornal O Estado de S. Paulo, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse que o impasse no orçamento agrava a incerteza fiscal. Além do risco de descontrole das contas públicas, o executivo disse estar preocupado com a vacinação no Brasil, que vai ditar o ritmo de abertura da economia.
Esses dois fatores estão no radar do BC para a definição dos próximos passos da taxa Selic, os juros básicos do Brasil, que depois de cair para o patamar histórico de 2% ao ano, subiu para 2,75% para conter o avanço da inflação.
Agora, segundo Campos Neto, é o Orçamento que pode aumentar o risco fiscal e atrapalhar a condução da política de juros. A lei orçamentária foi aprovada pelo Congresso com despesas subestimadas e pode se tornar inexequível. Negociações estão em andamento entre governo e Congresso para a saída do impasse.
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Colapso leva profissionais da saúde à exaustão, indica reportagem do jornal O Globo. Somado à falta de remédios, oxigênio e leitos, o esgotamento dos profissionais de saúde é mais uma faceta do cenário de colapso hospitalar que o país vive. Nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), cada médico intensivista costumava ficar responsável por 10 pacientes, em média, antes da pandemia. Agora, cada profissional cuida de 25 pessoas, todas com a saúde debilitada, segundo dados da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib).
A falta de profissionais qualificados e em número adequado é um dos motivos apontados por especialistas para justificar a alta taxa de mortalidade nas UTIs do país. Entre os pacientes intubados, 83,5% morrem, segundo dados do Ministério da Saúde compilados por pesquisadores da Universidade de São Paulo e da Fundação Oswaldo Cruz.