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Silva e Luna: em discurso, presidente da Petrobras não apresentou detalhes sobre venda de ativos – Edição da Manhã

Ao oficializar a sua entrada na presidência da Petrobras, há uma semana, o general da reserva Joaquim Silva e Luna fez um discurso para o conselho de administração dizendo pouco sobre questões centrais para a empresa, como o futuro das privatizações. Segundo fontes, o general quer prosseguir com o programa de venda de ativos, mas não chegou a detalhar como fará isso. Boa parte de sua fala foi focada na importância do corpo técnico e na intenção de valorizar os trabalhadores.

Mesmo em seu discurso de posse, o tema foi tratado superficialmente. Num evento virtual, aberto ao público, o militar reiterou o foco em ativos mais rentáveis e produtivos, de “classe mundial”. Esse é o termo usado pelo corpo técnico da Petrobras para tratar dos campos mais valiosos do pré-sal, sobretudo Búzios, na Bacia de Santos.

Aos conselheiros, Silva e Luna não deu mais informações sobre quais áreas de exploração e produção de petróleo pretende manter. Também não adiantou como vai tratar o programa de venda de refinarias, embora tenha reafirmado a sua continuidade. Até mencionou a intenção de prosseguir com o plano estratégico elaborado pela gestão anterior e também de priorizar a venda das plantas. Mas não detalhou se o modelo será exatamente igual ao traçado por Roberto Castello Branco.

Não se sabe, por exemplo, se será mantido o projeto de vendas individuais da gestão passada, ou em blocos de refinarias, como proposto pelos ex-presidentes da estatal Pedro Parente e Ivan Monteiro. O programa de venda de ativos é um tema de grande interesse do mercado financeiro, defensor da abertura do setor a novos agentes. (UOL – com informações do Estadão).

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Paul Krugman: Caindo na real sobre carvão e meio ambiente

O jornal O Estado de S. Paulo traz hoje (24/04) um artigo sobre o uso do carvão como fonte de energia, de autoria do economista Paul Krugman, ganhador do prêmio Nobel de 2008. Krugman cita o documento intitulado “Preservando o país do carvão”, lançado na segunda-feira (19/04) pelo sindicato de mineiros United Mine Workers of America, no qual a entidade aceita a realidade de que o carvão nunca voltará. Em vez disso, argumenta o sindicato, o objetivo deveria ser “uma transição energética verdadeira que melhore as oportunidades para os mineiros”.

Diz Krugman: O que matou as minas não foi uma “guerra contra o carvão”. Foi o progresso tecnológico, primeiramente com a extração de gás natural e, depois, com a energia solar e eólica. Gerar eletricidade a partir de carvão seria inviável economicamente mesmo se não tivéssemos de nos preocupar com as mudanças climáticas. Mas é evidente que temos de nos preocupar com as mudanças climáticas, que representam uma ameaça existencial à civilização. A questão é como enfrentar essa ameaça.

Cúpula do Clima: Espanha aposta em ‘empregos verdes’ no último dia do encontro

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, disse ontem (23/04), último dia da Cúpula de Líderes sobre o Clima, que seu país vai investir na geração de ‘empregos verdes’ para acelerar a recuperação econômica no pós-pandemia. Em seu discurso no evento organizado pelos Estados Unidos, Sánchez disse que esta “é a única forma de superar essa ameaça existencial de nosso tempo”. De acordo com o premiê, a Espanha quer criar até 350 mil ‘empregos verdes’ ao longo desta década com investimentos públicos e privados.

“Acredito firmemente que a transição ecológica apresenta oportunidades extraordinárias. Investir neste tipo de tecnologia pode criar quase três vezes mais empregos do que os gerados por combustíveis fósseis”, afirmou. (Folha de S. Paulo)

PANORAMA DA MÍDIA

A sanção do Orçamento de 2021, pelo presidente Jair Bolsonaro, com um corte de R$ 29 bilhões entre emendas parlamentares, gastos com custeio e investimentos é o principal destaque da mídia neste sábado (24/04).

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, os cortes feitos no Orçamento deflagraram um clima de insatisfação generalizada na Esplanada dos Ministérios. A reportagem ressalta que, para preservar o acordo que assegurou um total de R$ 33,5 bilhões nas mãos dos congressistas, o presidente Bolsonaro cortou recursos da saúde em plena pandemia, zerou verbas para o programa habitacional voltado à baixa renda, reduziu recursos para obras em andamento, cortou verbas do meio ambiente um dia após firmar compromisso mundial com o tema na cúpula do clima e sepultou a realização em 2021 do Censo Demográfico, a mais importante pesquisa estatística do país.

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A respeito dos cortes de verbas do meio ambiente no Orçamento de 2021, a Folha de S. Paulo explica que, além de não aparecer no Orçamento, a promessa feita pelo presidente Jair Bolsonaro na Cúpula do Clima, no sentido de duplicar recursos para fiscalização ambiental, dependerá de corte em outras áreas para encaixar os recursos extras, já que a previsão orçamentária está no limite do teto de gastos – norma que impede o crescimento de despesas acima da inflação.

Integrantes da área econômica do governo explicaram que, até o momento, a solicitação de ampliar o dinheiro para a área ambiental não foi apresentada e, quando isso ocorrer, será necessário discutir de onde sairão os recursos para bancar a promessa de Bolsonaro.

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O jornal O Globo informa que o Ministério mais beneficiado pelo aumento das emendas parlamentares durante a votação do Orçamento deste ano, a pasta do Desenvolvimento Regional (MDR), foi também a que mais perdeu recursos com os vetos e bloqueios feitos pelo presidente Jair Bolsonaro. A íntegra da peça orçamentária de 2021 foi publicada ontem (23/04) no Diário Oficial da União.

O ministério comandado por Rogério Marinho e responsável por uma série de obras perdeu R$ 9,4 bilhões entre vetos e bloqueios, segundo dados compilados pela Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão ligado ao Senado. A reportagem ressalta que, nos bastidores, o ministro da Economia, Paulo Guedes, atribui a Marinho o aumento das emendas parlamentares extras – que são indicações de obras e projetos por aliados do governo em suas bases eleitorais. Assessores de Guedes afirmam que a articulação de Marinho pegou o governo de surpresa.