Em entrevista ao Valor Econômico, o novo presidente da EDP Brasil, João Marques da Cruz, informou que a empresa colocou à venda três das seis usinas hidrelétricas que opera no país, com o objetivo de reconfigurar seu portfólio de geração de energia. O processo já foi iniciado, e a companhia de controle português deve receber propostas não vinculantes pelos ativos nas próximas semanas.
O executivo explicou que a iniciativa atende a dois objetivos de sua gestão. Primeiro, levantar recursos para acelerar os investimentos na energia solar fotovoltaica, que está no centro da estratégia da companhia para os próximos anos. E, segundo, diminuir o risco do portfólio atrelado à fonte hídrica, que enfrenta o desafio crescente da escassez hidrológica.
“Ao fim de 2025, teremos mais geração do que temos hoje. Portanto, não estamos abandonando a geração, ela será diferente, com mais (ativos de) solar”, afirmou Marques. Ele não quis dar mais detalhes sobre o processo das hidrelétricas. O Valor apurou que foram colocadas à venda as hidrelétricas Santo Antônio do Jari (AP), Cachoeira Caldeirão (AP) e Mascarenhas (ES), que somam 800 megawatts (MW) de capacidade instalada. Segundo uma fonte, a companhia já conversou com a elétrica chinesa CTG, sua sócia em Jari e Cachoeira Caldeirão, e está sondando o mercado para a venda de 100% das usinas.
Como ficam as expectativas para dividendos em 2021 após queda em 2020
Reportagem publicada hoje (26/04) pelo portal E-Investidor / Estadão mostra que, apesar do aumento das incertezas no cenário econômico por fatores como o recente agravamento da pandemia no país, as expectativas são positivas para o pagamento de dividendos em 2021, sobretudo na segunda metade do ano.
“Estamos vivendo o pior momento da crise. Mas vejo o segundo semestre melhor em termos de vacinação, porque lá fora estão acelerando muito esse processo”, avalia Gustavo Bertotti, economista-chefe da Messem Investimentos. “Neste ano, a tendência é positiva, embora incerta, para uma melhora no pagamento de dividendos e Juros sobre Capital Próprio (JCP). Um cenário bem melhor do que 2020”, acredita.
Entre as fontes consultadas pelo E-Investidor, o campeão de apostas para pagamento de dividendos neste ano deve ser o setor de energia elétrica. Segundo levantamento da consultoria Economatica, do setor de análise de dados sobre fundos de investimentos financeiros, o segmento figura no top 3 de maiores pagadores de proventos na última década.
A economista e colunista do E-Investidor, Louise Barsi, ressalta que o bom desempenho do setor deve ser puxado pelas transmissoras elétricas. “Essas empresas têm as receitas atreladas a uma correção monetária, IPCA ou IGP-M, e ambos estão com uma trajetória em ascendência para este ano, quiçá também para o ano que vem, quando olhamos as projeções mais de longo prazo”, explica Barsi.
Países iniciam corrida para descarbonização após Cúpula do Clima
A articulação americana pelas metas do Acordo de Paris trouxe ao debate climático otimismo de última hora sobre a capacidade de o mundo responder à crise do clima. Para especialistas, o prazo mais curto cria competição global pautada na redução das emissões de carbono. “O caminho da descarbonização está dado; agora vira uma corrida pelas melhores tecnologias para isso”, avalia a economista e doutora em ciência política Ana Toni, diretora do Instituto Clima e Sociedade.
Durante a Cúpula de Líderes sobre o Clima, organizada pelos Estados Unidos, na semana passada, o enviado especial de clima dos americanos, John Kerry, afirmou por duas vezes a aposta em manter o aquecimento global abaixo de 1,5ºC. “Mais de 50% do PIB global acordou aqui hoje que nós vamos para 1,5ºC”, disse Kerry na Cúpula, após quatro meses de articulações com os maiores emissores do planeta para antecipar de 2050 para 2030 os marcos dos compromissos.
Países desenvolvidos como EUA, Japão e Canadá, além da União Europeia, anunciaram metas de redução de cerca de metade das emissões até 2030, o que responde de forma inédita à recomendação da ciência para conter o aquecimento em 1,5ºC.. Antes da cúpula, o Marrocos era o único país com uma meta adequada para o objetivo do Acordo de Paris. (Folha de S. Paulo)
PANORAMA DA MÍDIA
As empresas de capital aberto devem mostrar bons resultados no primeiro trimestre, mesmo com a adoção de medidas mais rigorosas de isolamento social a partir de março, devido à piora da pandemia, informa o Valor Econômico. Segundo analistas ouvidos pela reportagem, os grandes destaques serão as companhias dos setores de commodities, favorecidas pelos preços elevados das matérias-primas e pelo câmbio desvalorizado. O cenário é menos animador para companhias ligadas ao mercado doméstico, especialmente no varejo físico.
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Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo mostra que o período de inação no varejo ficou para trás. Segundo o jornal apurou, executivos do ramo viveram, recentemente, dias estressantes e de rápidas definições. Em meio a um cenário de crise, agravado pela pandemia, as empresas parecem ter acordado para a dura realidade: é a hora de crescer ou morrer.
A reportagem destaca movimentos em diversos segmentos do varejo. Um dos exemplos citados é a Arezzo, que fez oferta agressiva pela Hering, demonstrando o interesse da calçadista em migrar para as confecções. Outro exemplo citado é a Renner, que contratou bancos para uma oferta de ações para arrecadar até R$ 6,5 bilhões. O alvo seria o e-commerce Dafiti – que é forte na internet, meio no qual a Renner ainda engatinha.
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A Folha de S. Paulo informa que países com vacinação acelerada veem aumentos de casos de covid-19 e queda de óbitos e hospitalizações. No último sábado (25/04), o mundo alcançou a marca de mais de 1 bilhão de doses de vacinas aplicadas. Mas ainda há preocupação generalizada de autoridades sanitárias e de pesquisadores, pois o número de casos cresceu nas últimas semanas no mundo, mesmo em nações que avançam rapidamente na imunização. Essa situação – repique de infecções, mesmo com avanço da vacinação – tem sido motivo de seguidos alertas da Organização Mundial da Saúde (OMS).
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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia é o principal destaque da edição de hoje (26/04) do jornal O Globo. Segundo a reportagem, um documento enviado pela Casa Civil da Presidência da República a 13 ministérios apresenta uma lista de 23 questionamentos esperados pelo governo na CPI e pede subsídios para fazer frente a esses pontos por meio de relatórios das ações tomadas no combate à pandemia.
Entre os questionamentos possíveis estão a negligência com o processo de aquisição de vacinas, o fato de o governo ter minimizado a gravidade da pandemia, o desestímulo a medidas restritivas como prevenção ao contágio e a promoção de medicamentos sem comprovação científica.