MegaExpresso

Perda de concessionárias na pandemia deve elevar pedágio e conta de energia – Edição da Manhã

Reportagem publicada hoje (02/05) pela Folha de S. Paulo indica que os efeitos da pandemia sobre a atividade econômica ainda devem pesar no bolso do consumidor com a revisão, para cima, no valor de tarifas de energia elétrica e pedágio para compensar os concessionários pela queda de demanda. O Tesouro já vem sentindo, com a redução de R$ 1,9 bilhão nos pagamentos pela outorga de aeroportos.

Os três setores têm hoje processos de reequilíbrio econômico-financeiro de contratos em discussão com agências reguladoras. E a expectativa é que a recuperação das perdas de 2020 não será a última etapa, já que a segunda onda da pandemia deve levar a novos processos sobre 2021.

Reequilíbrio econômico-financeiro é uma medida prevista em contratos de concessão para adequar as receitas do concessionário a variações abruptas nas condições econômicas preestabelecidas. No setor elétrico, essa questão é equacionada por meio de revisões extraordinárias das tarifas.

A reportagem ressalta que, atualmente, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) discute a metodologia para repassar às tarifas a queda de faturamento do setor em 2020. Em um primeiro momento, as distribuidoras foram socorridas pelo empréstimo conhecido como Conta-Covid, fechado em junho para ajudar as empresas a pagar suas contas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE Minuto Mega Minuto Mega

Este empréstimo já está sendo pago na conta de luz. Agora, o setor discute como equacionar a questão a longo prazo. Além da perda de faturamento, argumenta que precisa incluir na conta o aumento da inadimplência e o gasto com a sobra de energia que ficou sem ter para quem vender.

No fim de 2020, a Associação de distribuidoras de energia (Abradee) calculava que o rombo girava em torno de R$ 5 bilhões. Mas o presidente da entidade, Marcos Madureira, diz que a conta tem que ser refeita para englobar os efeitos da segunda onda.

Petrolíferas sinalizam recuperação na demanda

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+) prepara-se para retomar gradualmente a produção de petróleo nos próximos meses, apontando para a recuperação da demanda global, conforme mostra reportagem do portal do Valor Econômico. Os contratos futuros de petróleo, apesar da desaceleração na última semana motivada pela pandemia na Índia, avançaram mais de 6,5% em abril.

As perspectivas mais otimistas para a commodity foram impulsionadas pelos balanços trimestrais de petrolíferas — várias reverteram prejuízo e registraram lucro no último trimestre. A americana Exxon Mobil alcançou resultado positivo pela primeira vez desde o início da pandemia de covid-19, somando lucro de US$ 2,73 bilhões entre janeiro e março. A companhia se beneficiou do aumento nos preços do petróleo e da queda de custos.

Já a italiana Eni lucrou 856 milhões de euros no primeiro trimestre. A petrolífera deve reavaliar os preços do petróleo em julho para determinar o valor de proventos complementares, além do dividendo mínimo obrigatório de 0,36 euro por ação. A Royal Dutch Shell reportou números ainda superiores, totalizando US$ 5,56 bilhões de lucro no trimestre passado. A companhia anglo-holandesa, porém, afirmou que não deve alterar seus fundamentos para os próximos 10 a 20 anos, mesmo com o avanço dos preços do petróleo.

A Shell tem voltado esforços para reduzir seu endividamento, movimento acompanhado pela petrolífera BP. Após reverter prejuízo e lucrar US$ 4,67 bilhões entre janeiro e março deste ano, a BP deve avançar com um programa de recompra de ações de US$ 500 milhões para reduzir sua dívida.

PANORAMA DA MÍDIA

Em entrevista ao jornal O Globo, ministro da Economia, Paulo Guedes, reconhece que a aderência do presidente Jair Bolsonaro à agenda econômica liberal é menor que ele imaginava. “Estou tendo que lutar dez vezes mais do que eu pensei que fosse lutar”, afirma o ministro. Apesar disso, o ministro diz que não pensa em desistir. “Eu tenho um senso de responsabilidade muito grande”, afirma. E garante que não ficará só na defensiva – quer partir para o ataque com a sua equipe, colocando em prática medidas para reduzir o desemprego e a pobreza no país.

*****

A Folha de S. Paulo traz hoje (02/05), como destaque, uma reportagem sobre o acordo União Europeia-Mercosul. De acordo com o jornal, o acordo tornou-se um “espantalho” no centro da disputa entre políticos europeus e está paralisado à espera de um anexo de compromissos ambientais adicionais que nem começou a ser negociado, segundo legisladores europeus e integrantes do governo dos dois blocos.

A parte comercial do acordo foi assinada em junho de 2019, após 20 anos de negociação. Atualmente, o acordo está em revisão jurídica e, em alguns meses, começaria a ser traduzido para as 23 línguas oficiais do bloco europeu. No entanto, em outubro do ano passado, a maioria dos parlamentares europeus aprovou um texto afirmando que, do jeito que está, o acordo não será ratificado e que são necessários compromissos ambientais adicionais. O texto era simbólico, mas deixou claro que não haveria apoio suficiente ao acordo no Parlamento.

*****

Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo mostra que, em um ano de pandemia, o país viu empresas doando bilhões de reais para o combate aos efeitos sociais e econômicos da crise sanitária, bancos se unindo para banir os pecuaristas que desrespeitam leis ambientais e, mais recentemente, centenas de companhias juntas para acelerar a vacinação contra a covid-19.

O movimento, que já parecia forte, chegou ao ápice na última semana, em meio a uma mobilização que reuniu nada menos que 800 empresas em torno da defesa da diversidade e para derrubar um projeto de lei que tentava restringir a representação da comunidade LGBTQIA+ (lésbicas, gays, bissexuais, trans, queer, intersexuais e assexuais) na publicidade.