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Engie avalia aquisição de projetos de geração eólica e transmissão no mercado secundário

Engie avalia aquisição de projetos de geração eólica e transmissão no mercado secundário

A Engie Brasil Energia continua avaliando a potencial aquisição de empreendimentos de geração eólica e projetos de linhas de transmissão no mercado secundário, afirmou hoje Marcelo Malta, diretor financeiro da companhia, em evento transmitido virtualmente para investidores e analistas sobre os resultados do primeiro trimestre do ano.

A companhia está concluindo a construção do complexo eólico Campo Largo II, com 361,2 MW de potência, localizado na Bahia, e iniciou a implantação do Conjunto Eólico Santo Agostinho, de 434 MW de potência. A previsão é de que o empreendimento, no Rio Grande do Norte, entre em operação até março de 2023.

“Entendemos que os projetos eólicos ainda são os mais competitivos”, disse Malta. Segundo ele, os investimentos necessários para a implantação da fonte eólica subiram recentemente, por conta de impacto cambial, inflação e também pela alta demanda por equipamentos eólicos no Brasil, dados os muitos projetos em construção. 

O portfólio de projetos em desenvolvimento pela Engie tem se reduzido nos últimos anos em razão da construção de muitos deles. “Estamos no mercado buscando projetos interessantes, achamos que podemos obter aí uma relação risco e retorno que julgamos adequada, o que logicamente vai nos ajudar a tentar recompor um volume maior de projetos no nosso pipeline”, afirmou Malta.

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Segundo Rafael Bósio, gerente de relações com investidores da companhia, esse aumento de capex está se refletindo nos preços da energia vendida. “Sempre procuramos manter a margem e o retorno dos projetos”, disse.

No curto prazo, a companhia tem verificado uma elevação do preço da energia, muito por causa da questão hidrológica. “Temos conseguido capturar essa elevação de preço”, disse Malta. 

Em relação ao volume de vendas, a Engie está quase totalmente contratada em 2021 e 2022, com fatias descontratadas de, respectivamente, 11% e 13%. “Por isso, temos comprado energia no curto prazo pra conseguir fechar produtos que nos permitam vender no médio prazo”, disse Malta.

A termelétrica de Jorge Lacerda, que está em processo de desinvestimento, ajuda atualmente como um hedge aos impactos da hidrologia. “Como processo de gestão, dependendo da nossa avaliação do GSF, vamos no mercado também comprar energia. Nossa expectativa para os próximos meses é que o GSF se agrave ainda mais e eleve o desafio do nosso pessoal na gestão do portfólio”, disse Malta.

Transmissão

A Engie também avalia aquisições de projetos de transmissão no mercado secundário. A companhia está concluindo a construção do Sistema de Transmissão Gralha Azul, cuja entrada em operação é revista para setembro deste ano. O Novo Estado, por sua vez, está com 74% de conclusão das fundações das torres das linhas e a empresa espera concluir a obra em dezembro de 2021.

“Entramos nessa atividade de transmissão pensando em crescer e ser um player importante. Infelizmente, não temos conseguido ser competitivos em leilões, e estamos avaliando oportunidades de fusões e aquisições como fizemos com o Novo Estado”, disse Malta.

A ambição da Engie continua ser de acrescentar mil quilômetros de linhas de transmissão ao seu portfólio por ano. “É um desafio, mas a ambição segue essa. Temos atuado muito efetivamente no mercado para tentar identificar as oportunidades”, completou Malta.