As termelétricas à biomassa ultrapassaram a capacidade instalada outorgada às usinas a gás natural em maio deste ano, somando 15.705 MW e representando 9% da potência outorgada na matriz elétrica. São 9.453 usinas produtoras de energia elétrica no Brasil, sendo 584 usinas geradoras de bioeletricidade em operação.
Os dados foram divulgados pela União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) que ainda aposta que a biomassa da cana é a principal representante entre as usinas à biomassa. Em maio de 2021, eram 411 usinas térmicas à biomassa no setor sucroenergético, somando 11.980 MW instalados (76,3% do total instalado pela biomassa).
Em 2020, foram 304 MW de nova potência instalada de biomassa, representando 6% do total instalado no país no período. Para este ano, a previsão é de 481 MW novos para a fonte, representando 7,5% dos 6.379 MW previstos para serem instalados na matriz elétrica por todas as fontes de geração.
Para Zilmar Souza, gerente em bioeletricidade da Unica, a expectativa é que a participação da biomassa possa crescer na matriz elétrica. “Uma contratação robusta e regular da bioeletricidade, tanto no mercado regulado quanto livre, traz maiores volumes de uma energia renovável, sustentável, não intermitente e efetivamente complementar à fonte hidrelétrica, poupando água nos reservatórios, principalmente do Sudeste/Centro-Oeste, ao mesmo tempo que proporciona uma real modicidade nas contas do consumidor, sobretudo, em momentos semelhantes ao atual, de escassez hídrica”, avalia.
Sobre os leilões de energia nova A-3 e A-4, a fonte biomassa cadastrou 30 projetos, totalizando 1.358 MW. Se esse total for comercializado nesses leilões, a previsão é de uma injeção anual próxima a R$ 8 bilhões em investimentos na cadeia produtiva da biomassa no país e um acréscimo de 9% em relação à potência total instalada atualmente pela biomassa.