A Folha de S. Paulo traz, como principal destaque da edição desta quinta-feira (03/06), uma entrevista com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Ele tentou reduzir os impactos da crise energética, descartou a possibilidade de apagão e racionamento, mas afirmou ter na mesa medidas que vão desde a importação de mais energia até o incentivo ao deslocamento de consumo para além dos horários de pico, via desconto na tarifa.
Em situações assim, chuveiros elétricos e equipamentos de alta potência precisam ser acionados após as 20h para evitar pico de consumo na volta do expediente de trabalho, o que, segundo o ministro, leva ao apagão. Bento Albuquerque culpou o fenômeno La Niña pela pior crise hídrica dos últimos 91 anos e disse que, apesar de todas as medidas para garantir o fornecimento de energia, não tem como garantir se vai chover mais até setembro, quando o Ministério da Economia prevê descompasso entre crescimento e fornecimento de energia para suportá-lo.
Para o ministro, a saída definitiva de situações como a atual é acelerar a transição energética, reduzindo a dependência das hidrelétricas. Hoje, cerca de 64% da energia gerada vem dessas usinas, e a meta, segundo Bento, é chegar a 48% na próxima década. Para isso, prevê investimentos privados da ordem de R$ 360 bilhões.
Maior seca em 40 anos no rio Paraná promete deteriorar ainda mais o nível dos reservatórios
Uma nota técnica do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), obtida com exclusividade pelo Valor Econômico, diz que a porção alta da bacia do rio Paraná enfrenta uma situação de seca hidrológica “severa e excepcional”, considerada a pior em 40 anos.
Boa parte da análise técnica é dedicada a indicar o nível de comprometimento da vazão de água das grandes usinas hidrelétricas instaladas na região. Segundo o órgão, o panorama futuro não é favorável, o que pressiona ainda mais o governo federal ante uma provável queda na produção de eletricidade no país e risco de racionamento de carga.
Além disso, endossa o nível crítico da atual situação dos rios, o que levou a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) a declarar na última terça-feira (01/06) situação crítica de escassez de recursos hídricos na bacia do Paraná, que pode resultar na imposição de medidas de restrição ao consumo de água. O Cemaden diz que a situação das usinas hidrelétricas de Itaipu (PR) e Jurumirim (SP) são as mais críticas. O agravamento do período seco nesta faixa do país até setembro e a escassez de umidade no solo, que indica baixa probabilidade de chuvas acima da média, tornam as previsões mais pessimistas. A conclusão é que há poucas chances de recuperação dos níveis dos reservatórios e vazões nos próximos quatro meses.
PANORAMA DA MÍDIA
Em pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão ontem (02/06) à noite, o presidente Jair Bolsonaro destacou os números da retomada da economia divulgados nos últimos dias para apresentar um retrato positivo do seu governo. O discurso, de cerca de cinco minutos, foi recebido em diversas cidades do país com um panelaço e críticas ao presidente. No pronunciamento, Bolsonaro fez uma prestação de contas de seu governo, abordando temas de diferentes áreas, da vacinação à Copa América. (O Globo)
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O principal destaque da edição de hoje (03/06) do jornal O Estado de S. Paulo é o anúncio feito ontem pelo governador, João Doria (PSDB), de vacinar até o fim de outubro, pelo menos com a primeira dose, todas as pessoas acima de 18 anos, que moram em São Paulo. Mais otimista, o novo cronograma antecipa em dois meses a imunização da população em geral no estado, mas depende do cumprimento de entregas previstas por parte do governo federal.
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A nova rodada do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) deverá disponibilizar novos empréstimos no total de R$ 25 bilhões, informou ao Valor Econômico o secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos Da Costa. A lei que torna o programa permanente foi sancionada ontem (02/06) pelo presidente Jair Bolsonaro.
Dos recursos dessa nova edição do Pronampe, 20% estão reservados aos setores mais afetados pela crise. Entre eles: eventos, turismo, bares e restaurantes de regiões turísticas, centros de convenções. Outro ponto importante da nova lei é que o prazo dos empréstimos foi alongado de 36 meses para 48 meses. O prazo maior poderá ser estendido às operações contratadas em 2020. A taxa de juros será equivalente à Selic mais até 6% ao ano. As instituições que quiserem competir poderão cobrar taxas menores.