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Falhas no planejamento, na operação e no modelo de preços explicam crise no setor elétrico – Edição da Manhã

Em meio à pior crise hídrica dos últimos 90 anos, o país volta a discutir os riscos de ter apagões e de apelar a um racionamento – alternativa encontrada para a crise em 2001. Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo ressalta que falhas no planejamento e na operação do sistema elétrico, bem como no modelo de formação de preços de energia, são apontadas como as causas por trás da situação que já afeta a inflação, ameaça o crescimento econômico.

O presidente da consultoria em energia PSR, Luiz Barroso, afirma que o planejamento do setor é centrado na chamada garantia física, indicador que traduz quanto uma usina contribui para a segurança do suprimento. “O problema é que, no Brasil, a garantia física nem garante, nem é física”, diz. Ele explica que a garantia física é calculada com base em modelos computacionais que precisam ser aperfeiçoados – a metodologia foi definida em 2004. “Ela não representa a expectativa de produção de uma usina, e sim seu valor econômico ao sistema”, diz.

Energia solar ruma para liderança do país até 2050

O jornal O Estado de S. Paulo traz uma reportagem sobre a importância da diversificação da matriz energética brasileira, que já começou e vai ganhar velocidade a partir dos próximos anos. Segundo Cláudio Frischtak, sócio da consultoria Inter.B, o risco para a energia hidrelétrica aumentou bastante nos anos recentes, com as mudanças climáticas e o desmatamento na Amazônia. “O desmatamento tem efeito enorme no regime hidrológico”, diz Frischtak.

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Se a questão do desmatamento não está resolvida, conforme mostram os sucessivos recordes de destruição da floresta, a matriz energética brasileira vai ficar bem mais diversa nas próximas décadas, ressalta a reportagem. Em 2050, segundo estudo da consultoria Bloomberg New Energy Finance, cerca de 32% da energia nacional viria do sol, enquanto a hidrelétrica cairia para 30%. A eólica, por sua vez, subiria para 14,2%.

A Associação Brasileira da Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) estima que os investimentos no setor em 2021 serão de R$ 22,6 bilhões, o que geraria um crescimento de 4,9 gigawatts. “O Brasil tem boa incidência solar de Norte a Sul, então dá para gerar energia elétrica com competitividade”, diz Rodrigo Sauaia, CEO da Absolar.

Cataratas do Iguaçu sem água são retrato parcial das perdas do rio Paraná, com a seca

As imagens das cataratas do Iguaçu em sua menor vazão do ano, registradas nos dias 9 e 10 de junho, resumem a estiagem severa que o rio Paraná vem enfrentando há mais de um ano, mostra reportagem publicada hoje (20/06) pela Folha de S. Paulo. Para além das modificações no cenário e dos efeitos no dia a dia das pessoas, a seca impõe perdas em áreas importantes para a economia do estado e deve se estender pelo menos até o fim de 2021.

As precipitações entre janeiro e junho em Foz do Iguaçu somaram cerca de 300 milímetros a menos que a média histórica para o período, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Aliado a isso, a falta de chuvas na nascente do rio Iguaçu, que fica em Curitiba, reflete diretamente na vazão das cataratas.

A reportagem ressalta que, para além do cenário seco, que compromete a cena mais importante do cartão-postal do turismo no Paraná e também as vendas no comércio local, as perdas se acumulam, principalmente, na agricultura.

“As grandes perdas se concentram nos grãos. A safra 2020/2021 teve influência do (fenômeno climático) La Niña desde o plantio, com chuvas abaixo do normal e muito mal distribuídas”, explica o engenheiro agrônomo Eugênio Stefanello, professor da Universidade Federal do Paraná. “O primeiro efeito da seca foi o atraso no plantio. Alguns plantaram ‘no pó’, o que causou a morte das plantas e exigiu replantio, impondo ainda mais perdas.”

As culturas que vingaram e foram colhidas também foram comprometidas. Os grãos são miúdos, o que reduz o preço de venda. Segundo a Secretaria da Agricultura do Paraná, quase 50% das lavouras foram afetadas.

Entenda como funciona o sistema elétrico brasileiro

A Folha de S. Paulo explica, de forma didática, com gráficos e ilustrações, como funcionam os três pilares do sistema elétrico brasileiro: geração, transmissão e distribuição. São hidrelétricas distribuídas em 16 bacias hidrográficas, usinas térmicas e nucleares e, na última década, também usinas solares e eólicas.

Por meio de mais de 150.000 km de linhas de transmissão, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) organiza o envio da energia de acordo com as demandas dos centros consumidores. No setor de geração, há destaque para as hidrelétricas, usinas solares, eólicas e termelétricas. Também são abordados aspectos como planejamento da oferta e da demanda e composição da matriz elétrica.

PANORAMA DA MÍDIA

O Brasil atingiu a marca de 500 mil óbitos pela covid-19. Esse é o principal destaque de hoje (20/06) na mídia.

Foram 500.868 vidas perdidas até ontem. Com vacinação lenta, baixa adesão ao isolamento social e sem política nacional de testagem em massa, o Brasil é o segundo país com o maior número de óbitos em 2021. Apesar de alguns governadores projetarem vacinar toda a população de seus estados com pelo menos uma dose até o fim de agosto, a incerteza na entrega de vacinas e o surgimento de novas variantes tornam o futuro da epidemia incerto no país. (O Estado de S. Paulo)

Com vacinação ainda lenta, o vírus se alastra por todas as regiões do Brasil. Na última semana, houve média de cerca de 2.000 mortos por dia pelo coronavírus Sars-CoV-2. A média diária de novos casos está em torno de 70 mil, o que deixa o atual momento entre os piores da pandemia.

Desde o primeiro registro da doença no país, em fevereiro de 2020, mais de 17,8 milhões de pessoas já foram infectadas pelo Sars-CoV-2 no Brasil —número que provavelmente está subdimensionado. (Folha de S. Paulo)

Brasil chega a 500 mil mortos por covid em dia de protestos pelo país. Contra o presidente JJair Bolsonaro e por mais vacinas, manifestações ocorreram em 26 estados e no Distrito Federal. (O Globo)