Em reunião com representantes da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), nesta quarta-feira (23/06), o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que a aplicação de novas bandeiras tarifárias, as quais elevam o custo da conta de luz, tem o objetivo de evitar o racionamento de energia no país.
Ele anunciou: “estamos vindo com bandeiras novas”, mas não detalhou se estava se referindo a eventual criação de mais um patamar de bandeira tarifária em nível mais elevado do que os existentes hoje. Segundo o ministro, a crise hídrica é responsável pela alta da inflação de 8% em 12 meses. “Vai haver um choque na energia e um choque de alimentos”, afirmou.
Reportagem da Folha de S. Paulo ressalta que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deverá aprovar, na próxima semana, um reajuste das bandeiras tarifárias. A tendência, segundo técnicos que participam das discussões com o governo, é a de que o conselho diretor da agência aprove um aumento de 40% a 60% no custo extra das bandeiras – o que acarretará um aumento entre 15% e 20% na conta de luz.
Compass, da Cosan, é apontada como favorita para ficar com Gaspetro
O Valor Econômico informa que a Compass, empresa de gás do grupo Cosan, é apontada como favorita para ficar com a participação de 51% da Gaspetro, que pertence à Petrobras. Na próxima quarta-feira (30/06), encerra o prazo para a venda dos ativos de distribuição de gás natural da estatal.
A Gaspetro detém participações em 19 distribuidoras de gás, que exploram com exclusividade os serviços locais de distribuição de gás canalizado em diversos estados do Brasil. A Mitsui é sócia da Petrobras, com 49% da empresa, e pode exercer direito de preferência pelos ativos. No fim do ano passado, a companhia japonesa tinha contratado assessoria financeira para vender sua fatia na companhia, mas voltou atrás, apurou o Valor. Fontes a par do assunto afirmaram que a Compass fez uma oferta de cerca de R$ 2 bilhões para se tornar controladora do negócio.
A venda de 51% da Gaspetro está prevista no acordo firmado em 2019 entre a Petrobras e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), em que a companhia se comprometeu a deixar o mercado de distribuição de gás natural para permitir a entrada de novos agentes econômicos.
Assembleia Legislativa da Bahia cobra da Petrobras informações sobre venda da RLAM
A audiência pública realizada ontem (22/06), na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) para discutir a venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM) levantou diversos questionamentos que ainda não são de conhecimento da sociedade baiana porque, até o momento, não houve manifestação da Petrobras – empresa responsável pela venda da refinaria à MC Brazil Downstream Participações, companhia do fundo de investimentos árabe Mubadala.
Organizada pela liderança da maioria na Alba, a audiência discutiu as obrigações e responsabilidades sociais e ambientais de atividades que a MC Brazil pretende realizar no parque industrial, instalado no município de São Francisco do Conde.
A secretária estadual em exercício do Meio Ambiente (Sema) e diretora-geral do Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (Inema), Maria Cristina Telles, afirmou que, para a MC Brazil iniciar as operações na RLAM, a empresa precisa estar regular com o processo de licenciamento ambiental.
“Qualquer processo de venda, que se dê transferência de ativo, demanda uma transferência de licença que está vigente à época, ou seja, existem as autorizações publicadas e licenciadas. Para que a empresa seja regular no processo de venda é preciso a transferência do licenciamento ambiental.”
Em 8 de fevereiro deste ano, a Petrobras assinou o contrato de compra e venda da refinaria. No início de junho, o Cade aprovou, sem restrições, a venda por US$ 1,65 bilhão, o que representa o primeiro desinvestimento da estatal petrolífera no segmento de refino no país. As informações são do jornal A Tarde, da Bahia.
Irena: maioria das fontes renováveis tem custos inferiores ao carvão mais barato
Relatório da International Renewable Energy Agency (Irena), divulgado nessa semana, indica que a quota de fontes renováveis que alcançaram custos mais baixos que a alternativa de combustíveis fósseis mais competitiva duplicou em 2020. Segundo o relatório, são 162 GW ou 62% da geração limpa total adicionada com preços inferiores em relação a opção mais barata de carvão.
Segundo o levantamento, o custo da energia solar concentrada (CSP) caiu 16%, a eólica em 13%, eólica off-shore 9% e a fotovoltaica em 7%. O diretor-geral da Irena, Francesco La Camera, lembrou que após o último compromisso do G7 sobre emissões e interrupção do financiamento do carvão a nível global, chegou agora o momento do G20 e das demais economias se equipararem em termos dessas medidas.
“Não podemos permitir que haja uma via dupla para a transição energética, em que certos países rapidamente aderem ao conceito verde e outros permanecem presos ao sistema baseado em combustíveis fósseis do passado. A solidariedade global será crucial, desde a difusão tecnológica às estratégias financeiras e ao apoio em termos de investimentos”, avalia.
Segundo o diretor da Irena, a tendência confirma que as renováveis de baixo custo são não só a espinha dorsal do sistema energético, mas que também permitirão a eletrificação em utilizações finais, como nos transportes, em edifícios e na indústria. (Canal Energia)
PANORAMA DA MÍDIA
Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo ressalta que o Banco Central (BC) está em uma encruzilhada entre inflação com energia mais cara e Produto Interno Bruto (PIB) menor com racionamento. O BC levanta vários cenários sobre o impacto do setor elétrico para o controle da inflação e a economia neste ano e em 2022. De um lado, a inflação vai ficar pressionada com o aumento na taxa extra na conta de luz, após reajuste na bandeira vermelha ainda a ser definido, com reflexos para o ano que vem. Por outro lado, diretores e técnicos do BC também avaliam se a necessidade de racionamento de energia para evitar um apagão pode aliviar a inflação e conter o crescimento. Ambas as possibilidades são levadas em conta para definir o rumo da taxa básica de juros, segundo apurou a reportagem.
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O dólar comercial alternou entre leves altas e baixas na primeira metade do pregão desta quarta-feira (23/06), com investidores ponderando um movimento de realização de lucros após a queda expressiva das últimas semanas. Por volta das 13h50, a moeda americana recuava 0,12%, a R$ 4,9601, após mínima da sessão chegar a R$ 4,9376. (Valor Econômico)