Distribuição

Equatorial faz única oferta sem deságio e leva CEA em leilão de privatização

A Equatorial Energia foi a única empresa interessada presente no leilão de privatização da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), distribuidora de energia do Amapá, e arrematou a concessionária ao oferecer o índice combinado de deságio na flexibilização tarifária e outorga de zero – ou seja, sem desconto.

Isso significa que a Equatorial não propôs desconto em relação à flexibilização tarifária autorizada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que inclui flexibilização de parâmetros regulatórios e também de reconhecimento na tarifa de empréstimos feitos à reserva global de reversão (RGR). 

A CEA tinha, em 31 de março de 2021, um saldo de R$ 813,3 milhões em empréstimos da RGR. Com a oferta, a Equatorial não vai abrir mão da cobertura tarifária deste valor. Tambem não será aplicado desconto em relação ao reconhecimento do PMSO regulatório no processo tarifário de 2020, de R$ 124,6 milhões.

Se o índice combinado de deságio fosse superior a 100, a Equatorial iria pagar uma bonificação pela outorga. 

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A Equatorial foi assessorada pelo Santander. O BNDES foi responsável pela realização do leilão.

“Esse é um ativo muito importante para o portfólio da Equatorial. Vamos trabalhar duro para garantir energia de qualidade e suportar o crescimento do estado”, disse Augusto Miranda, presidente da Equatorial, na cerimônia de privatização realizada na B3. “Considerando ativos de transmissão, estamos em todas as regiões do Brasil. Agora, estamos do Oiapoque ao Chuí”, brincou Miranda, lembrando que a companhia também arrematou recentemente a concessão de distribuição da estatal gaúcha CEEE-D.

Não era esperada grande disputa pela companhia, considerada um ativo desafiador. O preço mínimo atribuído foi simbólico, mas o comprador assumirá também um grande volume de passivos, alavancagem elevada, nível de perdas de 49% e provisões muito altas para inadimplência, da ordem de 10% das receitas.

Segundo o edital, em dezembro de 2019, a CEA tinha dívidas e ajustes econômicos da ordem de R$ 2,2 bilhões, acima do fluxo de caixa descontado da mesma época, de R$ 1,2 bilhão. Com isso, o valor da empresa ficou negativo, e foram negociadas dívidas para chegar aos R$ 50 mil do preço mínimo.

Fundada em 1956, a CEA atende mais de 860 mil habitantes, levando energia a cerca de 210 mil unidades consumidoras dos 16 municípios do Amapá.

(Atualizado às 15h em 25/06/2021)