Vencedora do leilão da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), na última semana, a Equatorial Energia confirmou nesta segunda-feira, 28 de junho, o interesse em participar do leilão da concessão dos serviços de água e esgoto no mesmo estado, previsto para setembro.
“Estamos olhando [o leilão da concessão de saneamento do Amapá]. Em princípio vamos olhar e ver se as condições do leilão fazem sentido para a gente, se garantem retorno”, disse o diretor presidente da Equatorial, Augusto Miranda, durante teleconferência com analistas e investidores para comentar o resultado do leilão de privatização da CEA e os planos para a nova concessionária de energia.
Segundo o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Equatorial, Leonardo Lima, a concessão de saneamento no Amapá pode gerar ganhos de escala com as atividades na CEA, embora essa sinergia seria mais significativa se o grupo já estivesse atuando no estado há mais tempo. “O nosso interesse em saneamento já foi demonstrado através da nossa participação em leilões, no último leilão, da Cedae. […] Isso será estudado”, afirmou o executivo.
Com relação à CEA, os executivos ressaltaram como pontos positivos da aquisição o crescimento do mercado de energia do Amapá, acima da média nacional, a oportunidade de regularização de ligações e redução de perdas e a possibilidade de diminuição de despesas operacionais.
Com relação ao mercado, o volume médio de energia injetada no Amapá cresceu 4,5% ao ano, na última década. Segundo Lima, esse indicador é superior ao aumento médio de 3,8% ao ano da energia injetada no Pará e Maranhão, no mesmo período.
O fato de 80% dos consumidores da CEA estarem localizados em apenas dois municípios também é um potencial de ganho de escala e redução de custos, na visão dos executivos da Equatorial. Nesse sentido, eles esperam redução significativa do PMSO (despesas com pessoal, materiais, serviços e outros) por consumidor no Amapá.
Com relação à base de remuneração de ativos da CEA, os executivos da Equatorial destacaram que a possibilidade de realização de uma revisão tarifária extraordinária da distribuidora em 2023 será uma oportunidade para a abertura da base blindada de ativos da companhia, além de capturar os investimentos a serem realizados pelo grupo na região.
Com a aquisição da CEA, os negócios em distribuição de energia da Equatorial Energia passarão a responder por cerca de um quarto (24%) do território do país, com o atendimento de 13% da população brasileira.