Sustentabilidade

Sinal de preço é o melhor instrumento para uso racional e menos poluente da energia, dizem executivos

Sinal de preço é o melhor instrumento para uso racional e menos poluente da energia, dizem executivos

(Com Rodrigo Polito)

A transição para uma economia mais eficiente e menos poluente no uso da energia deve ser feita por meio de incentivos econômicos para a indústria e a população em geral, de acordo com a avaliação de executivos de empresas do setor de energia elétrica brasileiro que participaram do evento “Do Apagão à Transição”, organizado pela MegaWhat. Na avaliação deles, o sinal de preço é o melhor mecanismo para estimular o consumo de forma racional, diante do processo de eletrificação da economia mundial. Eles, no entanto, descartam a necessidade da aplicação de subsídios.

“O sinal econômico gera racionalidade do consumo” afirmou o vice-presidente da CTG Brasil, Evandro Vasconcelos. Segundo ele, além da questão do custo da energia, a população está ciente das questões climáticas. “A mudança climática está batendo na porta do consumidor”. Por esse motivo, destacou Vasconcelos, a descarbonização da economia mundial passa pela eletrificação.

Na mesma linha, o presidente da Enel no Brasil, Nicola Cotugno, destacou a importância da colaboração entre as empresas, autoridades e sociedade, no sentido de buscar uma economia menos poluente e mais eficiente, de olho na meta de emissão líquida zero de gases de efeito estufa em 2050, proposta pela Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês). “Temos 29 anos para fazer uma revolução, descarbonizar nossa matriz de consumo a nível mundial e também no Brasil”.

Cristopher Vlavianos, co-CEO do grupo Comerc Energia, também entende haver hoje uma conscientização importante do consumidor com relação às emissões de gases de efeito estufa no processo de produção de energia. “A consciência é mundial. É global. Foi uma mudança muito rápida. Hoje vemos empresas de petróleo que querem se tornar empresas de energia elétrica”, disse o executivo.

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Com relação às novas tecnologias, os executivos, que participaram do painel “Quais as novas formas de produzir e entregar energia no Brasil e no mundo”, entendem que o desenvolvimento do hidrogênio verde – processo em que a energia utilizada para a obtenção do hidrogênio é oriunda de fontes limpas – tende a crescer nos próximos anos e ter seu custo reduzido conforme haja um ganho de escala, a exemplo do que ocorreu com as fontes eólica e solar no passado.