MEZ foca em sinergias em leilão de transmissão para manter taxa de retorno

Depois de chamar a atenção no leilão de transmissão de dezembro de 2020, ao arrematar cinco dos 11 lotes ofertados, a MEZ voltou a ser destaque no certame realizado na manhã dessa quarta-feira, 30 de junho, ao ficar com dois lotes, dos cinco licitados. 

Segundo Maurício Zarzur, presidente da MEZ Energia, a companhia cumpriu a promessa de que seria mais seletiva nesse certame, já que se concentrou em estudar os dois lotes arrematados, que envolvem ganhos de sinergia com as operações da transmissora. Um dos projetos fica no interior de São Paulo, e o outro em Cuiabá, no Mato Grosso.

“Na nossa ideia de sermos mais seletivos depois do grande leilão de 2020, esses eram os lotes que tinham mais sinergia. Na nossa análise minuciosa dos ativos, resolvemos focar nos dois para sermos bem assertivos”, disse Zarzur, completando que a empresa não chegou a se habilitar para os outros três lotes.  

Como são lotes que envolvem mais esforços na construção de subestações e menos em linhas de transmissão, será possível otimizar as obras por meio do próprio braço de construção da MEZ – estrutura verticalizada que garante ganho de eficiência e redução de custos, segundo o executivo. Além disso, a MEZ tem na carteira ativos em construção em São Paulo e no Centro-Oeste, o que vai permitir o aproveitamento de equipamentos de construção, por exemplo. 

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“Estamos com uma taxa de retorno muito satisfatória, e acho que termos o processo de verticalização da implantação possibilitou termos um deságio agressivo”, disse Zarzur.

Para o lote do Mato Grosso, a companhia está considerando usar recursos do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO) ou debêntures incentivadas. Para o lote em São Paulo, já está definido que o financiamento dos investimentos será feito pelas debêntures. 

A companhia pretende manter a estratégia de “serem seletivos” nos próximos leilões. A ideia, segundo Zarzur, é continuar olhando apenas lotes que tenham sinergia com a carteira da companhia.

Resultado do leilão

A MEZ levou o lote 3 ao oferece uma receita anual permitida (RAP) de R$ 12,5 milhões, deságio de 55,35% em relação à receita máxima estabelecida no edital, de R$ 28 milhões. O lote envolve uma linha de transmissão de 1 km em Cuiabá, no Mato Grosso, e uma subestação de 600 MVA. O investimento estimado é de R$ 210,488 milhões, e o prazo para entrada em operação é de 42 meses. O empreendimento tem a finalidade de garantir atendimento à Cuiabá.

No lote 5, a companhia ofereceu RAP de R$ 9,94 milhões, deságio de 54,35% em relação à receita máxima, de R$ 21,778 milhões. O projeto envolve uma linha de transmissão de 19 quilômetros entre Jacareí e Santa Isabel, em São Paulo, e uma subestação de 300 MVA. O investimento estimado é de R$ 161,3 milhões, e o prazo para entrada em operação é de 42 meses. O empreendimento tem a finalidade de garantir atendimento adequado ao sistema da região industrial de Mairiporã, Jaguari e São José dos Campos.