A regulamentação do novo mercado do gás natural foi recentemente publicada, e mesmo sem o chamado “choque da energia barata”, o gás continua sendo a aposta do processo de transição energética mundial e, particularmente do Brasil, para garantir a potência do sistema elétrico nacional quando preciso, e uma redução das emissões de gás carbônico – quando comparado ao diesel, óleo combustível e carvão, sem a dependência de água, vento ou sol.
Dirceu Amorelli, diretor da Agência Natural do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), aponta que esse suporte do gás natural para a transição energética também depende da própria transição do mercado gás para um mais competitivo. O executivo participou nesta quinta-feira, 1º de julho, do evento Do Apagão à Transição, realizado pela MegaWhat.
Segundo apresentação de Amorelli, a transição gradual passa por três pilares: preservação da segurança no abastecimento nacional e da segurança jurídica, além do respeito aos contratos existentes.
“As termelétricas a gás natural são despacheis – utilizando o jargão do setor – porque ela rapidamente consegue entrar no circuito, o que faz com que traga maior confiabilidade ao sistema. Claro que você tem a energia eólica e solar, que acho que serão o futuro, mas para trazer para esse momento, e por isso eu entendo que será o combustível da transição energética, é trazer rapidamente a confiabilidade para o sistema”, disse o diretor da ANP.
E neste processo, as exploradoras das reservas possuem os recursos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) para manter o investimento em novas tecnologias e soluções a partir do gás natural, como o próprio biocombustível, pesquisas em moléculas, cogeração, etanol de segunda geração, entre tantos outros.
“Acredito que o futuro realmente será de uma diversidade. Estamos no caminho, estamos fazendo o dever de casa”, afirmou Dirceu Amorelli.
Apesar dos estudos e regulamentações para maior competitividade para o setor, o chamado “choque de energia barata”, ainda não ocorreu. Para o diretor da ANP, isso ainda não aconteceu por ser um processo complexo, que não é feito da noite para o dia.
“O senso de urgência já está no regulador, legislador, e no mercado, dos próprios stakeholders e empresas. Não arriscaria fazer esse tipo de previsão aqui, porque seria mais uma estimativa, mas o que é importante saber é que todos estão em sintonia para fazer isso o mais rápido possível. Já se tem a importância e o peso adequado que precisamos para fazer isso da maneira mais adequada e mais rápida possível”, finalizou Amorelli.