Com expectativa de que em 30 anos o hidrogênio verde (H2V) possa representar até 20% da matriz energética global, multinacionais de diferentes ramos estão tentando viabilizar a instalação de unidades de produção do combustível zero carbono no Brasil, informa o Valor Econômico.
De fevereiro para cá, seis memorandos de entendimento foram assinados com os estados do Ceará, Pernambuco e Rio de Janeiro. Os investimentos em estudo somam pelo menos US$ 22,2 bilhões, ou cerca de R$ 116 bilhões. A australiana Fortescue, uma das cinco maiores produtoras de minério de ferro do mundo, anunciou ontem que está avaliando a construção de uma usina de H2V orçada, a priori, em US$ 6 bilhões, no Porto do Pecém (CE). A empresa também estuda a instalação de uma unidade no Porto do Açu, no Rio, com capacidade de 300 megawatts.
O presidente do Porto do Açu, José Firmo, disse ao Valor que, além da parceria com a Fortescue, o porto já assinou mais três acordos sigilosos (NDAs) com outras empresas que querem produzir H2V. Sem citar nomes, Firmo disse que companhias dos ramos químico e siderúrgico têm grande interesse na área, pela necessidade de reduzir os elevados patamares de emissão de carbono em suas cadeias.
De acordo com a reportagem, a australiana Enegix Energy, de energia renovável, também está em fase de estudos para levantar uma unidade de US$ 5,4 bilhões no Porto do Pecém. A empresa, que está se estruturando para participar dos leilões de H2V na Europa, ainda está captando recursos para viabilizar a obra. A francesa Qair, do ramo de energia, estuda dois projetos semelhantes no Nordeste, onde os portos estão mais próximos dos Estados Unidos e da Europa.
Em relatório recente, a consultoria Wood Mackenzie afirmou que os custos de produção do H2V estão “caindo rapidamente” e o combustível deve alcançar paridade com o hidrogênio cinza até 2030 em alguns países e, em 2040, em grandes mercados como os Estados Unidos, União Europeia e Austrália. No Brasil, os possíveis investimentos anunciados até agora são de empresas dos setores de energia renovável, gases industriais e minério de ferro, mas as petroleiras também estão debruçadas sobre o assunto, sob pena de ficar de fora da transição energética.
Equatorial assume hoje o controle da CEEE-D
O grupo Equatorial Energia assume nesta quinta-feira (08/07) o controle da Distribuidora da Companhia Estadual de Energia (CEEE-D) terá seu capítulo final nesta quinta-feira, quando o grupo Equatorial Energia assume o controle da estatal gaúcha.
A solenidade de assinatura do contrato está marcada para às 10h, no Palácio Piratini, sede do governo gaúcho, com transmissão pelas redes sociais do governo, e vai contar com a presença do presidente do Grupo Equatorial, Augusto Miranda. Ao confirmar a venda do braço direito da companhia por R$ 100 mil, no final de março, o governo do estado justificou que o negócio envolve um conjunto de obrigações para a holding Equatorial.
Entre os pontos previstos na aquisição da CEEE-D, está a transferência de dívida bilionária, que será assumida pela Equatorial. Apesar da expectativa do governo por investimentos, a holding – que arrematou a CEEE-D há três meses – mantém sob sigilo quaisquer informações sobre as ações previstas para melhorar a distribuição de energia elétrica no Rio Grande do Sul. (Correio do Povo)
Blocos de Sépia e Atapu devem receber R$ 204 bilhões de investimentos, prevê MME
Os blocos de Sépia e Atapu, que vão ser leiloados na 2ª Rodada da Cessão Onerosa da Agência Nacional do Petróleo (ANP), devem receber R$ 204 bilhões em investimentos, segundo informações divulgadas pelo Ministério de Minas e Energia (MME) durante audiência pública sobre o certame realizada ontem (07/07) à tarde.
Reportagem do Valor Econômico explica que os blocos estão localizados no pré-sal da Bacia de Santos e foram ofertados durante o primeiro leilão dos excedentes da cessão onerosa, em novembro de 2019, mas não houve interessados. Desde então, o governo trabalha para aumentar a atratividade das áreas. Entre as mudanças realizadas para o novo leilão, marcada para 17 de dezembro, estão a publicação prévia dos valores de compensação que devem ser pagos à Petrobras pelos vencedores, devido aos investimentos já realizados nas áreas. Também houve a publicação no edital do leilão do modelo do acordo de coparticipação que vai ser assinado entre a Petrobras e os ganhadores do certame.
PANORAMA DA MÍDIA
A indústria de materiais de construção exibe o melhor desempenho dos últimos dez anos. Esse é o principal destaque da edição de hoje (08/07) do Valor Econômico. De acordo com a reportagem, dados consolidados dos 22 segmentos que compõem o setor indicam crescimento real de 24,4% no semestre. No acumulado de 12 meses, a expansão é de 16,6%. Hoje, a indústria opera com 78% da capacidade, acima dos 70% anteriores à pandemia. Em razão disso, a Fundação Getulio Vargas (FGV) revisou a projeção de crescimento real do setor de 4% para 8% neste ano.
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O principal destaque na mídia nesta quinta-feira é a prisão do ex-diretor de logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, ontem (07/07), pelo presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), por falso testemunho. (Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, O Globo).
Ele ficou detido na Polícia Legislativa do Senado Federal por cinco horas. No fim da noite, às 23h, Dias pagou fiança de R$ 1,1 mil para ser solto. Os sites de notícias informam que senadores que estiveram com Dias durante o depoimento, como Marcos Rogério (DEM-RO), disseram que os policiais deram a opção dele mudar seu depoimento na CPI, corrigindo o potencial falso testemunho, para que ele não tivesse que pagar fiança. O diretor da Polícia Legislativa, Alessandro Morales Martins, não informou se Dias mudou o depoimento. A jornalistas, disse apenas que o depoente iria responder processo em liberdade (O Globo).