Reportagem publicada nesta sexta-feira (09/07) pelo Valor Econômico indica que a crise hídrica e a escalada nos preços de energia para compensar o acionamento das usinas termelétricas, em meio à baixa geração hidrelétrica, geram questionamentos no setor sobre a saúde financeira das empresas comercializadoras de energia.
O receio recai sobre a capacidade das companhias de honrar obrigações assumidas para compra e venda de energia no mercado livre. Em junho, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) relacionava 52 empresas de comercialização habilitadas que não realizavam operações há mais de 12 meses.
Ainda de acordo com a reportagem, a possibilidade de companhias independentes, que não estão ligadas a grandes grupos, darem “calotes” não é completamente descartada pelos agentes do setor. O principal problema na eventual quebra de uma comercializadora seria uma reação em cadeia, já que as empresas fecham acordos bilaterais entre si.
“O que não pode acontecer, e o mercado tem se policiado e trabalhado nisso, é uma empresa quebrar e levar as outras com ela, ter um efeito dominó. As casas têm trabalhado muito a questão de monitoramento de alavancagem, de políticas de gestão de riscos, escolhendo bem suas contrapartes, para evitar esse tipo de situação”, diz o vice-presidente de Estratégia e Comunicação da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), Alexandre Lopes.
Na semana passada, o presidente do conselho de administração da CCEE, Rui Altieri, afirmou que o mercado de comercialização é um “ponto de atenção” em meio à alta nos preços de liquidação de diferenças (PLD), usados no mercado de curto prazo. Devido ao acionamento de usinas mais caras por causa do baixo volume dos reservatórios das hidrelétricas, o PLD atingiu o teto este mês.
BNDES contrata consórcio para fazer modelagem da privatização da Eletrobras
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgou ontem (08/07), no site da instituição, mais um contrato de prestação de serviços envolvendo a privatização da Eletrobras. O contrato foi assinado entre o banco e o consórcio Genial – Tauil e Chequer, e envolve a prestação de serviços de assessoria de estruturação financeira, assessoria jurídica, de comunicação e de gestão de “stakeholders” (partes interessadas).
Os serviços envolvem, essencialmente, o detalhamento da modelagem e o relatório final do processo de desestatização da Eletrobras. O BNDES é o responsável pela execução e acompanhamento do processo de desestatização da Eletrobras. (Valor Econômico)
O valor do contrato com o consórcio Genial-Tauil e Chequer, conforme o documento publicado pelo BNDES, é de R$ 3,89 milhões. Pelo acordo, as empresas terão de realizar a avaliação de toda legislação nacional e internacional aplicável à Eletrobras, à Itaipu e à Eletronuclear, assim como a identificação de pontos críticos e riscos.
Além desse serviço, cujo contrato acaba de ser publicado, o trabalho de due diligence (auditoria) contábil, patrimonial e jurídica será feito pelo consórcio Nova Eletrobras, formado pela auditoria BDO, o banco Genial, o escritório de advocacia Lefosse e a Thymos Energia, consultoria especializada no setor elétrico. Já a avaliação econômico-financeira será feita pelo banco BR Partners, cuja escolha já foi homologada, mas ainda falta a publicação do contrato. (O Estado de S. Paulo)
TCE avalia a venda das ações da Taesa pela Cemig
A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) informou ontem (08/07) que o Tribunal de Contas do Estado (TCE) recomendou que a estatal se abstenha de realizar atos para alienação das ações da transmissora Taesa até que o órgão possa analisar toda documentação, segundo fato relevante.
A Cemig acrescentou que “o processo competitivo de venda em estudo observa as normas legais, regulamentares e da B3 para a realização do leilão especial, ressaltando que o processo de alienação conta com a assessoria de instituição financeira especializada”. Ainda segundo comunicado da estatal mineira, o TCE pediu apresentação de toda a documentação relativa ao processo de alienação, após requerimento de deputados estaduais pedir a suspensão de qualquer ato de desinvestimento da Cemig na Taesa, sem que se realizem e divulguem estudos técnicos prévios, demonstrando que o leilão é vantajoso. As informações são do Diário do Comércio (MG), com a agência de notícias Reuters.
PANORAMA DA MÍDIA
O Valor Econômico informa que o movimento de consolidação de empresas em 2021 totalizou, até anteontem, US$ 52,6 bilhões, encostando no recorde de 2017, quando o valor das transações no ano todo foi de US$ 52,7 bilhões. A cifra também representa um salto em relação aos US$ 6,6 bilhões movimentados até 7 de julho do ano passado, segundo a consultoria Dealogic. Em 2020, as operações de fusões e aquisições somaram US$ 45,8 bilhões. Entre os principais negócios anunciados estão a cisão da fatia de 41,05% do Itaú na XP, as fusões de HapVida e Intermédica e Raízen com Biosev, além da venda da Refinaria Landulpho Alves para o fundo Mubadala, de Abu Dhabi.
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A reprovação ao presidente Jair Bolsonaro subiu e atingiu 51%, o maior índice nos 13 levantamentos feitos pelo Instituto Datafolha desde que o presidente assumiu o governo, em 2019. A pesquisa foi feita presencialmente nos dias 7 e 8 de julho com 2.074 pessoas acima de 16 anos em 146 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou menos. O resultado da pesquisa é destaque na edição de hoje (09/07) da Folha de S. Paulo.
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O jornal O Estado de S. Paulo informa que horas após a cúpula da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid cobrar de “maneira formal” uma manifestação sobre as denúncias apresentadas pelo deputado Luís Miranda (DEM-DF) a respeito de um esquema de corrupção na compra da vacina indiana Covaxin, o presidente Jair Bolsonaro deu a resposta, em transmissão ao vivo pelas redes sociais. O presidente disse que não irá explicar denúncias na área da Saúde.
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Em entrevista exclusiva ao jornal O Globo, o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Carlos de Almeida Baptista Junior disse que os militares estão incomodados com o que descreve como uma tentativa de associação, por parte da CPI da Covid, entre a corporação e as suspeitas de corrupção apuradas pelos senadores.
Ele criticou o tratamento dispensado a colegas que estão na mira das investigações, como o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e o ex-secretário-executivo da pasta Elcio Franco. Mas afirmou que as Forças Armadas não vão tolerar casos comprovados em seus quadros. “Não somos lenientes com desvios e não temos qualquer intenção de proteger ninguém que está à margem da lei.”.