A definição sobre o valor do aporte da União na nova estatal que controlará a Eletronuclear e da eventual participação minoritária da Eletrobras privada no capital da geradora de energia nuclear será feita pelo governo neste semestre, indicou o presidente da elétrica, Rodrigo Limp, nesta sexta-feira, 16 de julho. Segundo ele, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e o Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (CPPI) deverão definir essas questões, após a apresentação da modelagem em elaboração pelo BNDES e prevista para ser concluída até o fim de setembro.
“Já tem a previsão de ter o aporte [na nova estatal], mas podem ser discutidas outras alternativas. O que tem se pensado é uma empresa nova estatal aportando na Eletronuclear e diluindo a participação da Eletrobras. Mas isso ainda vai ser aprofundado. É possível que a gente continue sócio da Eletronuclear”, disse Limp a jornalistas, após participar de almoço com empresários, organizado pela Fecomércio RJ, no Rio.
O orçamento da União para 2021 previa R$ 4 bilhões para a capitalização da nova estatal que abrigará a Eletronuclear e será responsável pela comercialização da energia de Itaipu.
Além da definição com relação à segregação da Eletronuclear e de Itaipu da Eletrobras, o BNDES também estuda a definição do valor das outorgas a serem pagas pela nova Eletrobras privatizada para a descotização das hidrelétricas que operam hoje sob o regime de cotas.
“A decisão é do CNPE e do CPPI, é do governo. E vai ser definido fruto dos estudos do BNDES”, afirmou o executivo. “O BNDES termina a modelagem no fim de setembro. Aí encaminha para o ministério. O CNPE institui e aprova. E aí tem a resolução do CPPI. E aí sim que se faz a estruturação da operação [de capitalização e privatização da Eletrobras] em si”, completou ele.
Com relação à capitalização, a expectativa da Eletrobras e fazer o “valuation”, ou seja, a definição do valor das ações da companhia para a capitalização, na segunda metade de novembro, após a publicação do resultado da companhia no terceiro trimestre. A ideia, contou Limp, é fazer a operação tanto na B3, quanto na bolsa de valores de Nova York (Nyse).
“Temos ADRs [certificados de ações] em Nova York. Provavelmente, nós faremos [a capitalização] em Nova York. Está previsto. Pelas ADRs, por estarmos lá, é importante”, disse Limp. “Ainda vai ser avaliado, mas vai ser aqui [no Brasil] naturalmente e em Nova York, a princípio”.