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Engie não descarta ocorrência de blecautes em meio à crise hídrica

Engie não descarta ocorrência de blecautes em meio à crise hídrica

A Engie Brasil Energia não vê possibilidade de um programa de racionamento de energia, mas não descarta a ocorrência de blecautes eventuais caso o cenário hídrico continue adverso como atualmente, disse Eduardo Sattamini, presidente da companhia, em teleconferência sobre os resultados do segundo trimestre do ano.

“O governo tem iniciado programas de movimentação de demanda e estímulo à redução de consumo. Eu acho muito difícil termos um racionamento”, disse Sattamini, completando que isso envolveria um custo político alto, principalmente em ano eleitoral, como será 2022. “Pode ser muito ruim para o governo”, disse.

Segundo ele, os blecautes podem acontecer em horário de pico, quando o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) poderá selecionar cargas que serão cortadas, caso necessário. Isso seria feito no contexto de uma gestão das cargas, se mantida a crise.

O executivo comentou ainda que, para a Engie, como uma geradora hidrelétrica, o racionamento seria um cenário preferencial. “Ele obriga todos a reduzirem o consumo e com isso diminui a pressão sobre o gerador hídrico”, disse.

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Os programas de estímulo à redução voluntária de consumo de energia, por sua vez, não dispensam as hidrelétricas de suas obrigações contratuais, ao mesmo tempo em que o déficit hídrico tende a subir. “Para os geradores, é uma situação mais difícil de navegar”, disse. 

Venda de ativos

A Engie Brasil Energia segue com negociações avançadas para venda da termelétrica a carvão Jorge Lacerda para a Fram Capital. O contrato de venda deve ser assinado até o final deste mês, de acordo com Sattamini.

“Ainda teremos uma obrigação de contratação de energia até 2024, que foi uma condição do comprador para garantir um fluxo de caixa mínimo nos primeiros anos. A partir daí, ele vai comercializar no mercado, procurando maneiras de estender contratos por leilões de energia existente”, disse o executivo.

Já o processo de venda de Pampa Sul, outra termelétrica a carvão, está “mais atrasado”, segundo Sattamini. A estimativa dele é que o negócio seja concluído até o fim deste ano. Atualmente, a negociação está em fase de due dilligence por parte de potenciais compradores, que ainda não fizeram ofertas vinculantes.

Antes da venda, a Engie conta com a conclusão de uma linha de transmissão que ficará pronta em novembro e dará mais segurança para a operação da termelétrica.

“Vamos andar na medida em que os riscos sejam mitigados para os compradores, para que possam ter segurança e ofereçam uma melhor oferta”, explicou.