Ofício enviado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para o Ministério da Economia e obtido pela Folha de S. Paulo revela que a falta de recursos para despesas de custeio em 2022, em meio à crise hídrica, pode ter reflexos danosos ao setor elétrico.
O documento mostra que, se os gastos discricionários não subirem de R$ 147 milhões, como quer a equipe econômica, para R$ 176 milhões, o impacto será grande nas atividades da agência. “O referencial apresentado (R$ 147,4 milhões) é mais baixo que o planejado pela Aneel e é insuficiente para o cumprimento mínimo de nossa programação”, afirma o texto assinado pelo diretor-geral da Aneel, André Pepitone.
A mensagem foi encaminhada ao secretário de Orçamento Federal do Ministério da Economia, Ariosto Antunes.
O Ministério da Economia e a Aneel não quiseram comentar o documento sobre a verba da agência para o próximo ano. As negociações para o Orçamento do próximo ano começaram em junho. O governo tem até o fim de agosto para encaminhar ao Congresso o projeto prevendo as despesas federais de 2022. Portanto, a negociação entre ambos os lados continuará nos próximos dias, conforme ressalta a reportagem.
TCU aponta “ação discriminatória” da Petrobras na abertura de gás natural
O Tribunal de Contas da União (TCU) apontou “ação discriminatória” da Petrobras na abertura do mercado de gás natural, após realizar auditoria de natureza operacional para verificar se a estratégia da companhia estaria em consonância com as novas diretrizes governamentais de promoção da concorrência nesse mercado.
Em nota publicada em seu site, o órgão afirmou que a auditoria avaliou aspectos diretamente relacionados ao papel da Petrobras na abertura do mercado, a exemplo da alienação de ativos, acesso a infraestruturas essenciais, acesso a capacidade de transporte, dentre outros.
A empresa se comprometeu com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) a vender seus ativos de distribuição e transporte de gás natural, além de outras ações, como parte de um amplo programa de abertura do mercado promovido pelo governo federal, que busca estimular investimentos e concorrência. (Folha de S. Paulo – com informações da agência de notícias Reuters)
Venda direta de etanol para postos não deve reduzir preço ao consumidor, dizem representantes do setor
A Medida Provisória (MP) editada pelo governo federal, que permite aos produtores e importadores de etanol hidratado comercializá-lo diretamente com os postos, sem intermédio de distribuidoras, não deve ser tão vantajosa, em um primeiro momento, para fabricantes e consumidores, na opinião de quem atua na área, de acordo com reportagem do portal de notícias G1 (o link inclui vídeo do Jornal da EPTV).
De acordo com o governo, a mudança deve aumentar a concorrência, reduzindo o preço final do etanol hidratado. O impacto estaria na dinâmica do mercado. Mas, segundo Antonio Eduardo Tonielo Filho, diretor de uma usina em Pitangueiras (SP), região de Ribeirão Preto, a nova prática demanda mudança na estrutura do fornecedor, o que gera mais custos.
“Em termos de custos, vai passar o custo que a distribuidora tem, de logística e distribuição, para as usinas. Hoje, as usinas não têm condições para fazer isso, é muito difícil, não é o nosso foco de negócio. O nosso foco é produzir etanol, açúcar e energia, não distribuir. As distribuidoras já têm uma estrutura de muitos anos”, afirma.
Além da logística de distribuição, no preço final do combustível, entram o custo de produção e a margem de lucro de quem vende o etanol. Presidente da Associação Brasileira das Distribuidoras de Combustíveis, Valdemar de Bortoli Júnior, concorda que a logística repassada às usinas não influencia a queda do preço repassado ao consumidor.
“Eu acho que essa é uma medida inócua, porque pode ser que os postos tenham interesse em comprar das usinas, mas as usinas não têm estruturas de logística, de carregamento de caminhões menores e estrutura de vendas para postos. Acredito que não vai surtir efeito para abaixar o preço do etanol.”
Gás natural: Mexilhão e Rota 1 têm parada programada para o dia 29
Petrobras comunica que a parada programada de 30 dias para manutenção da plataforma de Mexilhão e do gasoduto Rota 1, que escoa o gás natural produzido em Mexilhão e em outras plataformas do pré-sal e pós-sal da Bacia de Santos, será adiada em 14 dias, passando para 29 de agosto de 2021.
De acordo com o comunicado, a postergação foi motivada pela ocorrência de parada emergencial não programada para reparar equipamentos da planta de processamento que recebe o gás natural oriundo do gasoduto Rota 2, o qual também escoa o gás natural produzido na Bacia de Santos. A operação é indispensável para assegurar o pleno funcionamento da Rota 2, o que garantirá o abastecimento do mercado durante a parada do gasoduto Rota 1. (Agência Petrobras)
Corrida pelo ‘carro voador’ esbarra na ausência de regras para nova forma de viajar
Empresas brasileiras como Embraer e Azul resolveram entrar na disputa pelo desenvolvimento de ‘carros voadores’ elétricos, mas essa corrida esbarra na falta de regras para a circulação deles, conforme explica o jornal O Globo.
As companhias dizem que eles estarão prontos para decolar em cinco anos. De acordo com a reportagem, há mais de 140 projetos desse tipo no mundo. Leva vantagem quem tem maior expertise na regulação de aviões junto às maiores agências do mundo, a Administração Federal de Aviação (FAA), dos Estados Unidos, e a Agência Europeia para a Segurança da Aviação (Easa), as mais adiantadas nessa área.
Para especialistas ouvidos pelo jornal, a regulamentação que será feita para a entrada em operação desses veículos deve favorecer as empresas com projetos mais avançados. Quem chega agora já está em desvantagem.
PANORAMA DA MÍDIA
O principal destaque da edição deste domingo (15/08) do jornal O Globo são a retomada da economia e os novos negócios que despontam. A reportagem mostra que, com o avanço da vacinação e a reabertura da economia, setores que envolvem contato pessoal, como comércio e serviços, ganham impulso em meio a uma combinação de fatores que estimula novos negócios.
Há investimentos saindo do papel das grandes redes de varejo aos pequenos prestadores de serviço que empreendem pela primeira vez. Entre janeiro e julho deste ano, meio milhão de novas empresas foram abertas, o mesmo patamar registrado em todo o ano passado. Programas do governo como o Pronampe, de apoio às micro e pequenas empresas, facilitaram o acesso ao crédito para pequenos empresários.
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O jornal O Estado de S. Paulo informa que, mesmo com o avanço da vacinação, o retorno ao escritório é a ‘conta-gotas’. Segundo estudo realizado pela consultoria KPMG no primeiro semestre, 66% das empresas estavam interessadas em voltar ao trabalho presencial ainda em 2021, e os 34% restantes em 2022. A situação, porém, já mudou desde o levantamento.
“Agora estamos vendo que está em um patamar de 50% para voltar neste ano e 50% no ano que vem”, afirma Luciene Magalhães, sócia da KPMG. Não por acaso, 74% das empresas ouvidas pela consultoria, mais recentemente, afirmam que os planos da volta ao trabalho presencial mudaram em algum momento por causa do surgimento de novas cepas. Além disso, a vacinação completa ainda está na casa dos 20%, o que também atrapalha retomada.
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O presidente Jair Bolsonaro afirmou ontem (14/08) não provocar nem desejar uma ruptura institucional e disse que vai levar ao Senado um pedido de abertura de processo contra os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). Barroso também preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A notícia é o principal destaque da edição deste domingo da Folha de S. Paulo.