A fonte solar fotovoltaica gerou, pela primeira vez, 10% da eletricidade da União Europeia durante os meses de junho e julho deste ano, de acordo com análise publicada pela Ember, think tank de energia. Segundo o estudo, Holanda e Alemanha bateram recorde de geração solar no período, ambas com 17% da fonte na matriz elétrica.
Mesmo com a alta, a fonte solar fotovoltaica ainda é superada pela geração a carvão nos países da União Europeia. Segundo a Ember, a fonte fóssil representou 14% da demanda do bloco em junho e julho de 2021. O estudo aponta que a energia gerada pelos painéis solares equivale à metade do preço da energia gerada pelas usinas fósseis dos principais mercados europeus, como Alemanha, França e Reino Unido.
Segundo a Comissão Europeia, a EU deve acrescentar cerca de 30 TWh de geração solar a cada ano nesta década, com o intuito de cumprir suas novas metas climáticas até 2030. Para isso, os 27 países do bloco terão que dobrar a capacidade de geração solar adicionada nos últimos dois anos, de 14 TWh em média, de acordo com o estudo.
Os picos de geração de energia solar na Europa ocorrem em junho e julho, durante o verão europeu, e, segundo a análise, estão ficando maiores a cada ano. O crescimento da geração aumentou 5,1 TWh entre junho e julho de 2020 e 2021, uma variação anual maior do que em 2020 e 2019, que foram de 3,1 TWh e 2,6 TWh, respectivamente.
Entre os países do bloco, a Hungria experienciou um aumento na energia solar de 3% em junho/julho de 2018 para 12% no mesmo período de 2021. Com isso, a energia solar supera pela primeira vez a geração elétrica a carvão no país.
Para Charles Moore, líder da Ember na Europa, “o custo da energia solar caiu na última década e estamos vendo os primeiros sinais da revolução solar da Europa em países como Espanha, Holanda, Hungria e até mesmo na Polônia, que é muito rica em carvão. Entretanto, há um longo caminho a percorrer antes que a energia solar forneça mais energia do que os combustíveis fósseis, mesmo no auge do verão europeu”. Moore atenta, ainda, para as extremas alterações climáticas em toda a região, afirmando que “os governos devem transformar as metas climáticas em ações climáticas, intensificando a expansão solar”.