A expectativa de reajustes mais acentuados para a gasolina e a energia elétrica este ano impulsionou a revisão, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), da previsão para inflação brasileira em 2021, de 5,9% para 7,1%. De acordo com a entidade, a pressão inflacionária sobre o combustível e a conta de luz provocou uma elevação da projeção de preços monitorados, de 9,5% para 11,0%.
Para o setor alimentício, a projeção da inflação também se elevou de 5,0% para 6,9%. De forma semelhante, a indústria de bens também deve ver aumento na inflação, com projeção reajustada de 4,8% para 6,6%. Com relação ao setor de serviços, a retomada em maior ritmo desse segmento prevê uma inflação elevada de 4% para 5%.
No acumulado de 2021, registrado até o mês de julho, a alta de 4,76% apontada pelo IPCA já ultrapassa o centro da meta de inflação, que é de 3,75%. Apesar de parte dessa pressão inflacionária ser esperada, as sucessivas altas das cotações das commodities no mercado internacional e os eventos climáticos adversos, como a falta de chuvas e a ocorrência de geadas em regiões de produção agrícola, culminaram em novos aumentos de preços de alimentos e de energia.
Também foi revisada a previsão do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), de 5,1% para 6,4% neste ano. De acordo com o instituto, o aumento da taxa de inflação medida por esse índice deverá ser provocado por preços monitorados e dos alimentos, com altas previstas de 10,5% e 7,9%.
As projeções para o ano de 2022, por sua vez, baseiam-se nos preços das commodities, nas taxas de câmbio e na expectativa de não ocorrência de fortes eventos climáticos adversos, o que resultaria em uma menor pressão nos setores de alimento, combustível e energia. Dessa forma, as taxas projetadas pelo instituto para o IPCA e o INPC de 2021 são de 4,1% e 3,9%, respectivamente.