O governo do Rio Grande do Norte espera uma redução de 35% no valor da molécula de gás natural a partir do contrato, ainda em negociação, entre a Potiguar E&P, subsidiária da PetroReconcavo, e a Potigás, distribuidora estadual. O acordo deverá impactar toda a cadeia de gás natural no estado, chegando ao consumidor final.
Segundo o estado, os benefícios também poderão ser percebidos nos investimentos e implantação de novas indústrias. A exemplo disso, está a indústria da cerâmica, que tem um custo de 30% em gás natural.
“Junto com a política de isenção de impostos já realizada pelo governo do estado, o custo do gás mais barato é um atrativo natural. A gente tem trabalhado para que o estado seja um polo cerâmico. Temos a matéria-prima e agora a expectativa de um gás mais competitivo”, afirmou a presidente da Potigás, Larissa Dantas.
A governadora Fátima Bezerra comemorou a negociação entre as empresas e o fechamento da cadeia para o estado, que possui produção, processamento e distribuição local. Bezerra ainda declarou que “a tentativa do governo é de antecipá-la, para que a redução do preço seja ainda neste ano”.
A Potiguar E&P assumiu o lugar da Petrobras em alguns campos de exploração do polo Riacho da Forquilha, na Bacia Potiguar, e venceu a chamada pública para aquisição de gás, realizada pela Potigás, em conjunto com companhias de outros estados.
A empresa opera exclusivamente 32 das 34 concessões no estado e, em 18 meses, investiu R$ 190 milhões, em cerca de 400 poços em funcionamento, prevendo investimentos futuros na exploração.
Segundo o CEO da Potiguar E&P, Marcelo Magalhães, o polo de Riacho da Forquilha está em curva ascendente de produção, com incremento de 24,8% na produção no segundo trimestre de 2021. Deste percentual, 84,2% de incremento se deve à produção de gás natural.
Já a distribuidora Potigás, atende mais de 32 mil clientes nos segmentos industrial, veicular, comercial e residencial, e tem uma rede de gasodutos em seis municípios, contando com uma rede de distribuição de mais de 460 quilômetros.
O estado também está trabalhando numa regulação para o mercado de gás natural alinhado ao marco federal, e que prevê o tratamento diferenciado para o cumprimento de obrigações tributárias pelos produtores no Rio Grande do Norte, nas operações de escoamento por meio do Sistema de Escoamento de Gás do Estado do Rio Grande do Norte (SEG-RN).
“É a mais competitiva do mercado de gás, e nós seremos um dos primeiros estados do Brasil com essa nova lei formalizada e já adequada à luz da legislação federal recente”, disse o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico, Jaime Calado.