A energia eólica offshore já superou o desafio de competitividade econômica para participar dos leilões regulados de energia, com o custo de projetos entre R$ 400/MWh e R$ 500/MWh, contou Elbia Gannoum, presidente-executiva da Abeeólica, durante o Fórum Perspectivas e Desafios para as Eólicas Offshore no Brasil, realizado nesta segunda-feira, 30 de agosto.
Dessa forma, considerando o custo marginal de R$ 639/MWh divulgado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para o leilão de energia nova A-5, a eólica offshore seria mais competitiva que termelétricas que utilizam como combustível resíduos sólidos urbanos (R$ 639/MWh) e muito próxima de térmicas a gás natural, com valor para este certame em R$ 365/MWh.
Gannoum enfatizou que os valores estão mudando rapidamente, mas que hoje estariam nessa faixa, tendo viabilidade econômica por ser uma nova fonte de geração para expansão da matriz brasileira. “Quando se compara com outras fontes, ela já estaria neste patamar, naquilo que consideramos adequado para uma nova fonte de geração”, disse a executiva da Abeeólica.
Dada a evolução tecnológica e os preços cada vez mais competitivos, ela não vê a necessidade da criação de um subsídio para o desenvolvimento da offshore no país. Isso porque, a indústria instalada no país conseguiria fazer uma transposição tecnológica dos projetos onshore para offshore, e três fabricantes já teriam mostrado o interesse para atender esse novo mercado.
Além disso, dado o presente momento de crise hídrica no país, a eólica offshore superou outro desafio, o de mercado, mostrando a sua importância para uma matriz cada vez mais diversificada.
Para Elbia Gannoum, outro desafio que se apresenta para a fonte, o regulatório, está muito próximo de ser superado, dada a indicação pelo Ministério de Minas e Energia (MME) de que ajustes na regulação devem ocorrer entre novembro e dezembro, permitindo um sinal para que investidores apostem no desenvolvimento da eólica offshore no país.
“A estrada já está aberta para investimentos na eólica offshore”, disse a presidente da Abeeólica, enfatizando que todo o caminho percorrido com a eólica onshore facilitou a abertura para o desenvolvimento de sua geração offshore no país.
O desafio central agora passaria a ser o de transmissão, para acompanhar a nova potência instalada desses projetos. “Temos que trabalhar agora na transmissão, em buscar os arranjos, questão de infraestrutura, elaborar os estudos e apresentá-los”, disse.