O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) discutiu ontem, em reunião extraordinária, medidas necessárias para garantir o atendimento do sistema até novembro deste ano, considerando condições de contorno “mais recentes e realistas”. Segundo nota publicada após o encontro, os cenários apresentados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) “reforçam a criticidade do momento.”
Segundo a nota, os ganhos advindos das ações em andamento que foram deliberadas recentemente pelo CMSE, em especial a flexibilização da operação das usinas da bacia do São Francisco, trarão ganhos energéticos relevantes e maior alocação de recursos no Sudeste/Centro-Oeste. Com isso, as novas projeções “indicam o atendimento da carga de energia elétrica nos cenários avaliados”.
Também foram aprovados os despachos de termelétricas por período determinado, conforme ofertas apresentadas ao ONS, sendo as UTEs Uruguaiana e Cuiabá, de outubro de 2021 a março de 2022, e da Termonorte I, por período de seis meses a partir de setembro de 2021.
Quanto às ofertas do programa de redução voluntária dos grandes consumidores de energia para os meses de agosto e setembro, elas serão limitadas a R$ 2.000,00 / MWh. O preço teto será definido a cada avaliação e o valor utilizado nesta deliberação não condicionará aceite de ofertas futuras.
Algumas questões serão apresentadas hoje, 31 de agosto, em reunião extraordinária da Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (Creg). Segundo a nota, entre esses assuntos estão uma apresentação feita ontem pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sobre os custos incorridos na implementação de medidas adicionais em andamento, o que deve incluir o reajuste da bandeira vermelha.
Outro assunto que será submetido à Creg hoje é a proposta do Ministério de Minas e Energia sobre um programa de incentivo à redução voluntária do consumo de energia elétrica, aplicável aos consumidores regulados, por meio de incentivo econômico.
O MME informou que mais informações e detalhes serão dados ainda hoje, em entrevista coletiva que será marcada. Segundo a Globo News, foi decidido novo aumento da bandeira vermelha – patamar 2, saindo de R$ 9,49 a cada 100 kWh consumidos para R$ 14,20, um reajuste de 50%, enquanto a proposta para o programa de incentivo à economia da energia vai dar R$ 0,50 a cada kWh economizados para os consumidores que reduzirem a demanda em, no mínimo, 10%.