A pergunta é título de uma reportagem publicada hoje (07/09) pelo portal UOL, para a qual foram ouvidos especialistas do setor elétrico, empresários, que já pediram formalmente a volta do horário de verão ao governo, e o Ministério do Meio Ambiente (MME).
Como se recorda, o horário de verão valia para as regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e o Distrito Federal, mas foi descartado por decreto do presidente Jair Bolsonaro em abril de 2019. Ana Carla Petti, co-CEO da MegaWhat, ouvida pela reportagem, diz que o fim do horário de verão não contribuiu para a piora do cenário energético no país. “O horário de verão traria uma amenização pequena, porque as reduções não são expressivas, conforme dados do próprio Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS”, afirma.
Para o CEO da comercializadora Trinity Energia, João Sanches, a descontinuação do horário de verão foi um equívoco da atual gestão. Ele também acredita que os ganhos para o setor são pouco significativos, mas têm sua importância. O pesquisador do Centro de Estudos em Regulação e Infraestrutura da FGV Diogo Lisbona cita estudo do NOS, segundo o qual o horário de verão reduz o consumo em 3% nos momentos de pico.
O ONS, por sua vez, informou que a temporada 2011/2012 trouxe economia estimada em R$ 160 milhões, com redução de 2.555 megawatts de consumo. Em 2012/2013, a economia chegou a R$ 405 milhões, mas caiu nos anos seguintes até atingir R$ 159,6 milhões no verão de 2016/201. Procurado pelo UOL, o Ministério de Minas e Energia descartou a volta do horário de verão. Em nota, o ministério diz que a medida é pouco efetiva no controle da crise.
Governo edita decreto para estudos, com o objetivo de expandir o sistema energético
O presidente da República, Jair Bolsonaro, deve publicar amanhã (08/09), no Diário Oficial da União, decreto que permite ao Ministério das Minas e Energia (MME) destinar à Empresa de Pesquisa Energética (EPE) recursos de estudos e pesquisas para o planejamento da expansão do sistema energético.
De acordo com o decreto, a EPE poderá alocar como reserva de contingência recursos para custear os estudos e pesquisas para o planejamento da expansão do sistema energético. “A mudança acontece em meio a um período de risco de agravamento dos custos de geração de energia elétrica e tem por escopo final viabilizar, de forma o quanto mais adequada, o custeio e a realização de estudos de planejamento da expansão dos sistemas energéticos, bem como a realização de estudos voltados ao aproveitamento dos potenciais hidrelétricos”, diz texto de nota da Secretaria-Geral da Presidência da República. A abertura do referido crédito suplementar dependerá da aprovação do Congresso Nacional. (IstoÉ Dinheiro)
Governo reduz pela 4ª vez mistura obrigatória de biodiesel para B10
O governo federal decidiu reduzir a mistura de biodiesel no diesel para 10% (B10). Com a decisão tomada ontem (06/09), será a quarta redução do ano, representando oito dos 12 meses em que estava previsto o B13. A decisão foi tomada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e é válida para o 82ª leilão de biodiesel (L82), para abastecimento do mercado em novembro e dezembro.
O portal EPBR explica que o B13, previsto para 2021, vigorou apenas no leilão para atendimento aos meses de março e abril. De maio a agosto, o governo reduziu para 10%; em setembro e outubro a mistura subiu para 12% (B12). “Todavia, verifica-se durante o ano de 2021 que o mercado mundial continua com forte demanda pela soja, elevando o preço da commodity no cenário internacional. No mercado doméstico, o preço da soja é também impulsionado pela desvalorização da moeda brasileira frente ao dólar”, diz o CNPE, em nota. A medida, que é temporária, foi tomada porque 71% do biodiesel brasileiro é feito de óleo de soja.
Cade abre procedimento para investigar conduta de geradores térmicos
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) abriu procedimento preparatório para investigar eventuais condutas anticompetitivas por parte de empreendedores termelétricos, informa o Canal Energia. O pedido é o primeiro passo para a eventual abertura de inquérito pelo Cade, que deu prazo de cinco dias, a partir do recebimento do documento, para o envio dos dados por meio digital.
O órgão enviou ofícios com solicitação de informações no dia 1º de setembro a 45 agentes, entre eles estatais e empresas privadas. No oficio enviado à Petrobras, por exemplo, o coordenador-geral do órgão, Felipe Leitão Valadares Roquete, pede informações sobre quais são os combustíveis fornecidos pela empresa a usinas termelétricas e em que percentual; volume mensal de combustível fornecido para cada usina nos últimos três anos e preço mensal cobrado de combustível fornecido nesse período; além cópia do contrato padrão ou documento assemelhado firmado com os clientes.
Para as outras empresas, o órgão pergunta sobre o combustível utilizado para a geração de energia elétrica; se a empresa utiliza mais de um tipo de combustível e uma estimativa do percentual de cada um; se a empresa tem contratos no mercado regulado ou livre, ou nos dois ambientes; custo mensal, em reais por megawatt-hora da geração de energia elétrica dos últimos três anos e preço mensal, em R$/MWh, do valor cobrado da distribuidora de energia elétrica no período; além de cópia do contrato padrão ou documento semelhante firmado com comercializadora e/ou distribuidora.
Rayons Energy chega ao mercado com foco em GD solar e criptomoedas
A Rayons Energy estreia no mercado para focar em dois nichos de negócio em crescimento no Brasil: a geração distribuída solar e mineração de criptomoedas. A empresa prevê angariar R$ 6 milhões com investidores nos próximos três meses para implementação de uma usina de 1 MW em Brasília (DF). De acordo com reportagem do Canal Energia, a meta é atender à alta demanda energética da atividade de mineração, para depois partir para distribuição de energia numa segunda etapa de expansão.
“Estamos resolvendo uma necessidade tanto no mundo físico, com a energia solar, quanto no virtual de criptomoedas, buscando solucionar essas demandas de forma sustentável com o principal foco na geração distribuída”, informou Geovane Moura, um dos sócios e diretor executivo da empresa.
Fintech vai financiar energia solar para o agronegócio
O jornal O Estado de S. Paulo informa que a fintech Solfácil criou uma linha de financiamento de projetos de energia solar para pequenos agricultores, pecuaristas e outros empreendedores do agronegócio. A expectativa é movimentar R$ 150 milhões em financiamentos.
Para atender ao segmento rural, a fintech estabeleceu prazos de pagamentos mais alongados e taxas de juros inferiores às de linhas para pessoas físicas e jurídicas tradicionais. A linha também tem menos exigências cadastrais e de documentos, se comparada às de bancos, diz o comunicado. O setor agropecuário detém hoje cerca de 15% dos sistemas solares instalados no País, de acordo com dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
PANORAMA DA MÍDIA
O presidente Jair Bolsonaro assinou ontem (06/09) medida provisória (MP) que dificulta a retirada de conteúdos publicados nas redes sociais. A MP que muda o Marco Civil da Internet determina que as plataformas de redes sociais são obrigadas a tornar públicos os critérios utilizados para a remoção de conteúdo, que só pode ocorrer “com justa causa e motivada”. A informação é o principal destaque da edição desta terça-feira dos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo.
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A Folha de S. Paulo traz como destaque na primeira página da edição de hoje (07/09), informações sobre os atos de rua convocados pelo presidente Jair Bolsonaro e que serão realizados em diversas cidades brasileiras. A reportagem mostra que apoiadores do presidente furaram o bloqueio de segurança no Distrito Federal e invadiram a Esplanada dos Ministérios na noite de ontem. O editorial da edição de hoje também foi publicado na primeira página do jornal.