A BRF anunciou uma parceria com a Pontoon para desenvolver um parque solar fotovoltaico de 320 MW de potência no Ceará, empreendimento que deve entrar em operação no início de 2024 e envolverá investimentos da ordem de R$ 1,1 bilhão. O projeto será enquadrado na modalidade de autoprodução, tendo a BRF como sócia da Pontoon, em um contrato de 15 anos.
Segundo Lorival Luz, CEO Global da BRF, o novo parque solar vai atender cerca de um terço de toda a demanda da BRF. Considerando o projeto de geração eólica anunciado recentemente com a AES e outras iniciativas, como os investimentos em geração distribuída em granjas, feitos com parceria com o Banco do Brasil, a BRF atingirá, em 2024, 88% da sua demanda de energia atendida por fontes próprias e renováveis.
A BRF estima um ganho da ordem de R$ 1,7 bilhão nos próximos 15 anos com essas iniciativas, em comparação com o custo de energia que a companhia estima que teria nos próximos anos. “Esse ganho envolve todo o processo, deixamos de comprar energia no mercado livre ou ainda no cativo, e teremos a energia vinda do projeto da Pontoon, do projeto da AES, e de outras iniciativas que temos”, disse Luz.
O empreendimento ficará nas cidades de Mauriti e Milagres, onde serão instalados 600 mil painéis. Segundo Marcos Severine, CEO da Pontoon, serão criados aproximadamente 4 mil empregos diretos durante as obras. Os módulos fotovoltaicos serão fornecidos pela BYD, que também atuará como epecista, os inversores serão da Sungrow e os trackers da Nextracker.
Do total de R$ 1,1 bilhão, a BRF vai investir R$ 50 milhões no projeto, e a Pontoon vai aportar o restante do equity. A diferença será a dívida do empreendimento, disse Severine. Ele não informou qual será a alavancagem, mas disse que estão com tratativas “bastante adiantadas” com bancos de fomento, como BNB e BNDES, e também avaliando a emissão de debêntures de infraestrutura.
Para a Pontoon, esse será o primeiro grande projeto de geração executado pela companhia. Segundo Severine, no total, a companhia já tem prevista a construção de 1 GW até 2024, incluindo o empreendimento com a BRF, envolvendo investimentos de R$ 3,1 bilhões.
A BRF anunciou, em junho deste ano, o compromisso em anular as emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2040, tanto em suas operações, quanto em sua cadeia produtiva. As iniciativas em torno de energias renováveis vão contribuir com essas iniciativas.