Para acelerar o programa de Redução Voluntária na Demanda de Energia Elétrica (RDV) e incentivar a adesão de consumidores menores ao mercado livre, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) homologaram a Electra Comercializadora para atuar como a primeira agregadora de carga, de acordo com informação do jornal O Estado de S. Paulo.
A figura das agregadoras de carga permite aos chamados consumidores especiais, que têm demanda entre 0,5 MW e 1,5 MW, e aos consumidores livres com demandas inferiores a 5 megawatts (MW), aderir ao RVD.
Nos primeiros dez dias de setembro, o ONS havia informado que obteve a adesão de 237 MW ao programa. Para especialistas do setor elétrico, o montante é pequeno frente à necessidade de redução, mas serve como ponto de partida para incentivar outras empresas a participarem.
Pacto Energia dobra capital social da comercializadora e amplia atividades
A comercializadora de energia elétrica do grupo Pacto Energia recebeu um aporte para quase dobrar o capital social, que, com isso, vai sair de R$ 11 milhões para R$ 20 milhões. De acordo com reportagem do Valor Econômico, a companhia pretende ampliar seu capital alocado em risco.
As operações da comercializadora são limitadas a 30% do capital social. Por isso, o aumento de capital vai permitir ampliar as atividades desse tipo na empresa, mesmo em meio à crise do setor, que sofre com a seca que afeta as usinas hidrelétricas e causou um aumento nos preços de energia. “Esse valor vai nos permitir aumentar o volume de operações. Vamos sair de R$ 3,3 milhões para mais de R$ 6 milhões alocados em risco”, diz o presidente da Pacto Energia, Rodrigo Pedroso.
O aumento de capital foi viabilizado em parte pelos próprios resultados da comercializadora e por um novo aporte dos sócios. A Pacto Energia é fruto de uma sociedade com participação de 70% da Eagle Energy Holding e 30% da Salberg. O grupo Pacto Energia tem 20 anos de atuação, com atividades nas áreas de geração, transmissão e comercialização de energia.
Renova vende últimas PCHs para reduzir dívidas
O Valor Econômico informa que a Renova Energia, há quase dois anos em recuperação judicial, está perto de concluir a venda dos dois ativos mais líquidos de seu portfólio, finalizando uma fase importante em seu processo de recuperação, que vai garantir caixa para pagamento de boa parte das dívidas.
Ontem (20/09), a geradora de energia renovável anunciou a assinatura de um contrato para a venda do Complexo Hidrelétrico Serra da Prata (Espra), que reúne três pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) localizadas na Bahia, com capacidade de geração de 41,8 megawatts (MW). A transação, no valor de R$ 265 milhões, foi fechada com um fundo gerido pela Vinci Partners. Formalmente, o leilão judicial do ativo ainda precisa ser realizado, mas a companhia já dá a alienação como certa.
Na semana passada, a Renova concluiu a venda da Brasil PCH – dona de 13 PCHs espalhadas pelo país – aos dois sócios minoritários no ativo, BSB Energética e Eletroriver. Os grupos ofereceram R$ 1,1 bilhão, mesmo valor que havia sido ofertado pelo fundo Mubadala.
Para o presidente da Renova Energia, Marcelo Milliet, as operações marcam um ponto de inflexão no plano de recuperação judicial e, principalmente, na gestão estratégica da companhia. Com as vendas, a Renova deixa de operar ativos hídricos e passa a se concentrar em usinas eólicas e solares, que considera serem sua “vocação”.
Belo Monte opera com meia turbina e gera apenas 300 MW
O jornal O Estado de S. Paulo informa que Belo Monte, a quarta maior hidrelétrica do mundo, com capacidade para gerar 11.233 megawatts (MW), está operando com apenas meia turbina desde o início de agosto. De acordo com a reportagem, isso significa produzir cerca de 300 MW por dia – ou 2,67% da potência total. Construída sem reservatório, a fio d’água, a usina funciona conforme o regime hidrográfico do Rio Xingu, que varia entre a cheia e a seca – e este é o período do ano de auge da seca.
Ainda de acordo com a reportagem, Belo Monte está com 18 turbinas paradas. E isso deve ocorrer até o fim de novembro ou meados de dezembro, quando o rio começar a encher. A depender do volume de chuvas, em janeiro a hidrelétrica já estará produzindo quase sua capacidade total.
Pequenas eólicas custam a partir de R$ 7 mil
O Valor Econômico traz hoje (21/09) um suplemento especial –Operação limpeza – com uma série de reportagens com foco em soluções que ajudam a reduzir as emissões de CO2 até 2050.
Uma dessas reportagens mostra que, com investimento a partir de R$ 7 mil, qualquer pessoa pode ter sua própria usina eólica doméstica. Instalada em espaços pequenos, até em sacadas de apartamentos, uma microeólica urbana de 1kW de potência é capaz de gerar energia para abastecer metade do consumo de uma residência que gaste em torno de 250 kWh/mês.
O engenheiro Leonardo Hussni, que desenvolve pesquisas sobre energia eólica de pequeno porte há uma década, em 2020 defendeu sua dissertação de mestrado no Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (USP), na qual concluiu que são viáveis as usinas de micro e minigeração distribuída na área urbana. A microgeração é aquela cuja potência instalada é menor ou igual a 75 quilowatts (kW), enquanto que a mini pode chegar até 5 megawatts (MW). Segundo ele, o pouco espaço horizontal ocupado pela turbina seria uma das vantagens da eólica em relação à solar, que exige múltiplas placas fotovoltaicas para gerar a mesma quantidade de energia.
Shell irá produzir dez vezes mais combustível sustentável de aviação até 2025
A Shell quer produzir combustível de aviação com baixa emissão de carbono até o ano de 2025. A aviação é responsável por 3% de toda emissão de carbono do planeta, contudo, moderniza-la não é nada fácil e nem barato. São poucas tecnologias disponíveis para combustíveis de motores a jato, aumentando o seu custo.
A gigante global de petróleo pretende produzir 2 milhões de toneladas de combustível de aviação até 2025. Esse número representa um aumento de 10 vezes na produção de combustível de aviação hoje. O SAF é produzido através de gorduras naturais, óleo de cozinha e plantas. O produto final tem a capacidade de reduzir em até 80% as emissões de carbono na atmosfera, segundo a petrolífera. (Click Petróleo e Gás)
PANORAMA DA MÍDIA
O temor de um calote bilionário da Evergrande, uma gigante do mercado imobiliário chinês, derrubou Bolsas pelo mundo – esse é o principal destaque da mídia nesta terça-feira (21/09).
O Ibovespa, principal índice da B3, a Bolsa de Valores brasileira, recuou 2,33% e fechou com 108.843 pontos. O dólar subiu 0,81%, cotado a R$ R$ 5,3320. Nos Estados Unidos, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq caíram 1,78%, 1,70% e 2,19%, respectivamente. Na Europa, o índice Euro Stoxx 50 (zona do euro) retrocedeu 2,11%. Também caíram as Bolsas de Londres (-0,86%), Paris (-1,74%) e Frankfurt (-2,31%). A Evergrande, cujo passivo é estimado US$ 355 bilhões (R$ 1,89 trilhão), informou a credores na semana passada que não conseguiria cumprir os pagamentos de juros da dívida com vencimento ontem (20/09). (Folha de S. Paulo)
O temor que se espalhou pelos mercados se explica por duas incertezas. A primeira é se o governo chinês socorrerá a empresa, que deve mais de US$ 300 bilhões e, sem ajuda, não tem como honrar seus compromissos. A segunda é saber o impacto que eventual falência da companhia acarretaria na economia da China e, portanto, na economia mundial. Um terceiro aspecto preocupa os analistas, uma vez que grandes fundos, como Ashmore e BlackRock, têm investimento na Evergrande e, ao mesmo tempo, em negócios vultosos em economias como a brasileira. Em exercício que considera dados desde 2016, o banco Wells Fargo constatou que o Brasil está entre os países mais expostos a uma possível desaceleração chinesa. (Valor Econômico)
O risco chinês poderia afetar o Brasil de várias formas. É a segunda maior economia do mundo, haveria um aumento da aversão ao risco global. Os investidores ficariam mais seletivos e passariam a cobrar juros mais altos de países com problemas, como é o caso do Brasil. Um dos efeitos mais diretos desse cenário é a alta do dólar sobre as moedas de emergentes, como o real, o que teria impacto na nossa inflação. Os juros já estão em alta. Amanhã por exemplo o Copom deve subir um ponto percentual. Na bolsa brasileira, a Vale, por ser grande exportadora de minério de ferro, teve queda de 29% em menos de dois meses, mesmo tendo reportado um lucro de R$ 40 bilhões no segundo trimestre. (Míriam Leitão – O Globo)
Esqueça a crise financeira de 2008. A possibilidade de que o terremoto da Evergrande reprise o do Lehman Brothers e desencadeie um tsunami financeiro a partir da China parece remota. Os líderes de Pequim prezam a estabilidade acima de tudo e detestam situações que podem sair de seu controle – e o protesto de centenas de credores na sede da empresa nos últimos dias é só um aperitivo do que poderá ocorrer em um default descontrolado. (Cláudia Trevisan – especial para O Estado de S. Paulo)