Óleo e Gás

Fatores climáticos e estoque menor puxam alta do preço do gás no mundo, avalia IEA

Fatores climáticos e estoque menor puxam alta do preço do gás no mundo, avalia IEA

A Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) avaliou que o aumento nos preços do gás natural é resultado da forte recuperação da demanda pelo insumo, de um suprimento menor do que o esperado, e como consequência de vários fatores climáticos.

Segundo a agência, os altos preços também refletem as dinâmicas globais do mercado de gás, visto que houve grandes frentes frias no leste asiático e na América do Norte no início de 2021, seguidas de ondas de calor na Ásia e fortes secas em várias regiões, incluindo o Brasil. Esses eventos influenciaram a tendência crescente na demanda de gás. Com relação ao abastecimento, o gás natural liquefeito (GNL) teve uma produção mundial inferior do que o esperado, isso devido a uma série de interrupções e atrasos na sua produção.

“Aumentos recentes nos preços globais de gás natural são o resultado de múltiplos fatores, sendo impreciso e enganador colocar toda a responsabilidade na conta da transição energética”, afirmou Fatih Birol, diretor executivo da IEA.

Europa

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Sobre o mercado de gás europeu, a avaliação da agência é ele pode encarar cortes imprevistos, levando em conta que os níveis de armazenamento de gás na região estão consideravelmente abaixo da média dos últimos cinco anos, mas não muito inferiores aos seus menores níveis dos últimos cinco anos, alcançados em 2017.

Para a IEA, a Rússia está mantendo seus contratos de longo prazo com a Europa, mas o país poderia aumentar a disponibilidade de gás para a região, garantindo que os estoques sejam suficientes para o próximo inverno e a manutenção das redes de aquecimento.

No que diz respeito à eletricidade na Europa, os preços dispararam aos seus maiores níveis em mais de uma década nas últimas semanas, chegando a mais de 100 euros por MW/h em muitos países. Na Alemanha e na Espanha, por exemplo, os preços em setembro chegaram a ser cerca de três ou quatro vezes maiores do que a média vista em 2019 e 2020.

Segundo a agência, esse crescimento foi impulsionado pelo aumento dos preços de gás, carvão e carbono na Europa, uma vez que a alta nos preços de gás levou os geradores de energia de vários países da região a trocarem o gás pelo carvão para geração de energia, o que teria sido ainda maior não fosse pela alta nos preços de permissões de emissão de carbono na Europa.

“A situação atual é um lembrete para os governos, especialmente quando tentamos acelerar a transição para a energia limpa, da importância de fornecimento de energia segura e acessível – principalmente para as pessoas mais vulneráveis em nossas sociedades”, disse Birol. “Transições energéticas bem planejadas são a solução para os problemas que estamos vendo nos mercados de gás e eletricidade hoje – não sua causa”.

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