As chuvas registradas neste fim de semana foram responsáveis pela redução do Preço da Liquidação das Diferenças (PLD) para a próxima semana operativa em todos os submercados, mesmo sem refletirem num aumento considerável dos níveis dos reservatórios.
Segundo a analista de Vazão e Tempo da MegaWhat, Juliana Suleiman, os modelos acabaram superestimando o volume de chuva para as bacias do Iguaçu e do Uruguai. Entretanto, a precipitação mais intensa foi registrada sobre o estado do Paraná, principalmente sobre as bacias do Paranapanema e Baixo Paraná, impactando a Energia Natural Afluente (ENA) também para o submercado Sudeste.
“Geralmente, as chuvas no Paraná fazem com que o preço caia, uma vez que o modelo enxerga o aumento da afluência de uma maneira rápida. Para se ter uma ideia, nas rodadas que fizemos, a previsão é de que o PLD fique abaixo dos R$ 300/MWh para todos os submercados”, explica Suleiman.
A analista da MegaWhat ainda explica que, em relação à ENA, na comparação da previsão para o reservatório equivalente de energia (REE) Itaipu, na última revisão (RV1), a ENA prevista para esta semana (RV2) estava na casa dos 2.200 MW. “Agora a previsão é valores próximos a 9.000 MW”, aponta Juliana Suleiman.
Tendência de queda em outubro
O Custo Marginal da Operação (CMO), calculado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) para a formação do PLD caiu cerca de 60% da última semana de setembro para a primeira semana de outubro.
Na primeira semana operativa deste mês, o PLD médio fechou em R$ 443,05/MWh nos submercados Sudeste/Centro-Oeste, Sul e Norte. No Nordeste, o PLD médio fechou a primeira semana operativa de outubro em R$ 442,08/MWh.
“Com os reservatórios ainda muito baixos, os modelos de preços acabam dando muito mais peso para as afluências do que para os níveis dos reservatórios. O mesmo aconteceu entre a primeira e segunda semana de outubro, mas dessa vez o preço caiu cerca de 15% devido às previsões de afluências”, explica Juliana Chade, gerente de Preços e Estudos de Mercado da MegaWhat.
Outro fator que também tem influenciado na redução de preços, mas com menor proporção de impacto no PLD, foi a antecipação da térmica de GNA I (1,34 GW) em um mês.
“Assim, como os reservatórios não se recuperam rapidamente, o que deve aumentar é o valor dos Encargos de Serviço do Sistema (ESS), pois há menos térmicas despachadas pelos modelos, além da manutenção pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) do despacho térmico fora da ordem de mérito”, conclui a gerente da MegaWhat.