Consumo

Aumento tarifário ainda não está no “cardápio” para cobrir déficit das bandeiras, diz Marisete Pereira

Aumento tarifário ainda não está no “cardápio” para cobrir déficit das bandeiras, diz Marisete Pereira

(Com Jade Stoppa Pires)

O Ministério de Minas e Energia (MME) está buscando soluções para garantir a sustentabilidade financeiras das distribuidoras de energia, dado o déficit que não tem sido recomposto pela bandeira tarifária escassez hídrica, reajustada em setembro para R$ 14,2 a cada 100 kWh consumidos, e que deve vigorar até abril de 2022. Um aumento tarifário, no entanto, ainda não estaria no “cardápio” de alternativas no momento.

“Isso não está ainda no cardápio que estamos analisando. Estamos trabalhando para que os reajustes sejam em patamares adequados para dar a sustentabilidade financeira das distribuidoras, mas que seja adequada à capacidade de pagamento pelos consumidores. Estamos tentando equilibrar esse binômio”, disse Marisete Fátima Dadald Pereira, secretaria-executiva do MME.

O déficit projetado para a Conta Bandeiras ao final de 2021 deve sair de R$ 5 bilhões para R$ 7,97 bilhões, segundo análise da MegaWhat Consultoria, que mostra que a arrecadação com a bandeira tarifária vermelha escassez hídrica foi importante para praticamente cobrir as despesas futuras, sem resolver o déficit acumulado.

A expectativa é de que até o final dessa semana seja divulgado pelas distribuidoras o balanço dos programas de incentivo para redução do consumo e qual a sua contribuição para a redução da carga. Essa possível redução também entra na conta para a busca de alternativas e, por isso, uma reunião com a Associação das Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee) está marcada para a próxima semana para discutir os recursos e medidas adicionais possíveis.

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“Estamos há quase 30 dias fazendo conversas com as distribuidoras, com a participação da Aneel [Agência Nacional de Energia Elétrica] de forma que tenhamos um diagnóstico claro desse descasamento. Pelo que sabemos, que as distribuidoras nos trouxeram, é que bandeira escassez hídrica não será suficiente para cobertura de todos os recursos por segurança energética”, contou a secretária do MME.

Segundo ela, pode ser verificada a elevação dos preços dos combustíveis na Europa e na América Latina nos últimos meses, o que fez com que os cálculos utilizados para a bandeira escassez hídrica já não sejam mais suficientes.

A secretária-executiva do MME participou do Encontro Nacional do Setor Elétrico (Enase), promovido pelo CanalEnergia.

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