Reportagem publicada hoje (15/10) pela Folha de S. Paulo indica que a previsão da chegada de chuvas sobre os reservatórios das hidrelétricas derrubou o preço de negociação da energia no mercado livre. Mas o consumidor residencial, que recebe energia do ambiente de contratação regulada, está sendo prejudicado, segundo especialistas do setor ouvidos pela reportagem.
Depois de passar 13 semanas no valor máximo de R$ 583,88 por MWh (megawatt-hora), a energia contratada no mercado livre está sendo negociada esta semana por cerca de R$ 200 por MWh, mesmo que os reservatórios ainda estejam em níveis historicamente baixos.
A queda abrupta, dizem especialistas, reflete o cálculo desse valor, que é conhecido como preço de liquidação de diferenças (PLD) e é o balizador das negociações de energia na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Hoje, a previsão de chuvas representa 49% do cálculo do PLD. As chuvas passadas representam apenas 12%. “O PLD não está refletindo o preço da energia”, diz o presidente do conselho de administração da CCEE, Rui Altieri.
Assim, consumidores do mercado livre que precisam contratar energia extra se beneficiam da queda do PLD, ao contrário do que ocorreu nas semanas em que o preço estava no teto.
Ainda segundo a reportagem, a queda do PLD é um dos motivos que levaram as distribuidoras de energia a alertar o governo sobre um rombo na conta das bandeiras tarifárias cobradas sobre a conta de luz. Para essas empresas, os R$ 14,20 por kWh (quilowatt-hora) cobrados na bandeira de escassez hídrica não são mais suficientes para bancar as térmicas.
Na última quarta-feira (14/10), a secretária executiva do Ministério de Minas e Energia (MME), Marisete Pereira, disse que o governo está avaliando o pleito, mas sinalizou que não haverá novo aumento da taxa extra.
EDP Brasil: investimento na Celg-T terá rentabilidade superior a dois dígitos, diz CEO
O presidente da EDP Brasil, João Marques da Cruz, afirmou que a companhia não pagou caro pela transmissora goiana Celg-T, arrematada por R$ 1,97 bilhão, um ágio de 80,10% ante o preço mínimo definido em edital. “Esse investimento terá uma rentabilidade superior a dois dígitos ao acionista. Achamos que é uma boa taxa para um ativo de transmissão. Os ativos de rede são de baixo risco”, ressaltou o executivo, durante coletiva de imprensa após o leilão.
Marques da Cruz afirmou ainda que os cálculos realizadas para chegar no lance dado no leilão levaram em conta todo o “know how” da companhia no setor de transmissão, além de potenciais sinergias. Hoje, a EDP Brasil possui oito lotes de transmissão, que somam 1.924 quilômetros de linhas e receita anual permitida (RAP) de R$ 648,6 milhões (considerando o ciclo 2020–2021). “Queremos esse ativo para ficar por muitos anos. A Celg-T tem capacidade de expansão, vamos apostar nisso”, complementou Cruz. (Valor Econômico)
Bolsonaro diz que vai determinar reversão da bandeira escassez hídrica em contas de luz
O presidente Jair Bolsonaro afirmou ontem (14/10), que vai determinar ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, a reversão da bandeira “escassez hídrica”, taxa adicional cobrada sobre a conta de luz dos brasileiros.
“Dói a gente autorizar o ministro Bento decretar bandeira vermelha, dói no coração, sabemos as dificuldades da energia elétrica. Vou pedir para ele… Pedir, não, determinar a ele que volte à bandeira normal a partir do mês que vem”, disse o chefe do Executivo no evento Conferência Global 2021 – Millenium, organizado por evangélicos.
A bandeira escassez hídrica foi anunciada pelo governo em 31 de agosto como forma de financiar o acionamento de usinas térmicas em meio à crise hídrica, que compromete os reservatórios. As chuvas registradas nos últimos dias, combinadas com as medidas de redução de demanda instituídas pelo governo, deram alívio aos reservatórios do Sul e Sudeste/Centro-Oeste e diminuíram o risco de um novo racionamento nos moldes de 2001.
Segundo especialistas, no entanto, o cenário ainda é preocupante, uma vez que o período úmido só está no início e ainda não se sabe ao certo qual a intensidade da hidrologia nos próximos meses. A reportagem é do jornal O Estado de S. Paulo.
Governo federal quer novas térmicas a carvão, mas BNDES nega financiamento
O jornal O Estado de S. Paulo informa que o plano do governo federal de renovar o atual parque de usinas térmicas de carvão mineral do país, fonte reconhecida como uma das mais poluentes da matriz elétrica, prevê a injeção de R$ 20 bilhões nessas operações nos próximos dez anos. A questão é saber de onde sairá o dinheiro para financiar um negócio que tem encolhido em todo o mundo devido à urgência na redução de emissões de gases de efeito estufa, ressalta a reportagem.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), principal banco estatal de apoio e financiamento ao setor elétrico, está fora dessa aposta, diz que só apoia energia limpa. Ainda de acordo com a reportagem, para evitar atritos, o Ministério de Minas e Energia (MME) justifica que a decisão do banco teria relações com a definição de “prioridades” de investimento, devido à “restrição de recursos” financeiros do banco.
O BNDES, porém, deixa claro que não se trata de falta de recursos, mas da forma como encara o assunto. No setor de energia, informou o banco, “tal visão está necessariamente alinhada com os esforços para construir uma matriz energética diversificada e limpa”. A última usina a carvão mineral financiada pelo BNDES recebeu recursos em 2015. No ano seguinte, o banco resolveu vetar repasses para esse tipo de projeto.
Maior fonte de energia do mundo, carvão ainda responde por 38% da matriz elétrica global
Em uma segunda reportagem sobre o uso do carvão como fonte de energia, o jornal O Estado de S. Paulo informa que o carvão mineral é, de longe, a principal fonte de produção de energia elétrica no mundo. De cada 100 casas que acendem suas luzes no planeta todos os dias, 38 o fazem porque há uma térmica a carvão ligada, produzindo energia. Os dados da Agência Internacional de Energia (IEA) mostram que o gás natural responde por 23% do abastecimento mundial, seguido pela fonte hidrelétrica (16,2%) e nuclear (10,2%). Os demais 9,7% estão distribuídos entre usinas a biomassa, solar e eólica.
Trata-se de um cenário diferente do brasileiro, que hoje tem 60,5% de sua potência ancorada na fonte hidráulica. Outros 16,67% são combustíveis fósseis, o que inclui o carvão mineral, seguidos pela produção das eólicas (10,85%) e biomassa (8,75%). Os demais 3,23% estão divididos entre as plantas solares e nucleares.
PANORAMA DA MÍDIA
Governo quer R$ 20 bilhões para construir usinas a carvão; BNDES resiste – esta é a manchete da edição de hoje (15/10) do jornal O Estado de S. Paulo. Confira o resumo da reportagem nesta edição do MegaExpresso.
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O valor dos precatórios adiados a partir de 2022 pode atingir R$ 346,7 bilhões em 2030, levando em conta o desenho definido na Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que trata do assunto, divulgado na semana passada, informa o Valor Econômico. Até 2025, o montante pode chegar a R$ 118,9 bilhões, segundo estimativas de técnicos do Congresso. As contas levam em consideração que no primeiro ano só serão pagos R$ 37,8 bilhões dos R$ 89,5 bilhões previstos para 2022. Com isso, acumulam-se R$ 51,7 bilhões em sentenças judiciais não pagas.
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Dois anos e meio depois, a Justiça Militar condenou oito militares pelos homicídios do músico Evaldo Rosa dos Santos, de 46 anos, e do catador de recicláveis Luciano Macedo, fuzilados em uma ação do Exército em 7 de abril de 2019 em Guadalupe, na zona oeste do Rio de Janeiro.
Por três votos contra dois, o conselho que julgou o caso, formado por uma juíza federal e quatro juízes militares sorteados, determinou 28 anos de prisão para sete acusados pelos dois homicídios qualificados e pela tentativa de homicídio do sogro do músico, Sérgio de Araújo, que ficou ferido na ocasião. (Folha de S. Paulo)
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O jornal O Globo informa que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) desenhada para reduzir a autonomia do Ministério Público (MP), que voltou ontem (14/10) a ser discutida por deputados, representa uma das várias frentes em aberto no Congresso que podem aumentar a blindagem a políticos.
Especialistas ouvidos pela reportagem citam outras propostas que avançaram neste ano, como o afrouxamento nas leis de improbidade e da Ficha Limpa, além de tentativas de ampliar o alcance da imunidade parlamentar, como exemplos de um amplo movimento de “retrocesso” e reação à Lava-Jato, com o intuito de limitar punições contra agentes públicos. As mudanças foram apoiadas por partidos de espectros políticos diversos.