A eficiência energética envolve os benefícios econômicos de atender a demanda com menor oferta de energia, mas vai além disso, trazendo potencialidades para a transição energética associados aos processos de descentralização de estruturas de mercado e digitalização, disse Giovani Machado, diretor de Estudos Econômico-Energéticos e Ambientais da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), durante painel promovido pelo governo brasileiro no contexto da COP26, em Glasgow, na Escócia.
“A eficiência energética vai permitir o acesso mais pormenorizado e minucioso a informações, melhorando a gestão e trazendo um desenho de mercado mais competitivo”, disse Machado.
Segundo o especialista, quanto maior a competição do consumidor de energia dentro da estrutura de mercado, mais importante será a eficiência energética, para que se tenha um diferenciador de mercado. Isso já acontece em vários países nos quais as empresas apostam na eficiência energética para ganhar competitividade nos segmentos de atuação.
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Outro aspecto destacado pelo diretor da EPE é que, com a digitalização e a descentralização, a eficiência energética se torna um “par” com as renováveis, principalmente as que tem variabilidade na gestão, devido à possibilidade de otimização do sistema com resposta da demanda.
“Conhecendo sua curva de carga e suas necessidades, o consumidor vai não só gerar valor para seu negócio ou sua família, mas também vai impactar favoravelmente os indicadores mais macro de eficiência energética”, explicou. Com a otimização do sistema existente e uso de resposta da demanda, é possível evitar uma expansão da oferta de energia, criando uso mais intenso e eficiente da infraestrutura existente.
