A Choice, empresa brasileira de soluções em sistemas de segurança, automação e energia, prevê fechar 2021 com um faturamento 34% maior em relação ao ano anterior. Essa variação, porém, pode aumentar, caso a companhia feche um novo contrato com uma distribuidora de energia da Malásia ainda este ano.
Para 2022, a empresa, que fornece um programa computacional de inteligência artificial que auxilia no combate a perdas de energia das distribuidoras, prevê a possibilidade de dobrar o faturamento. A estimativa deve-se, em parte, à perspectiva de aumento de preços de energia no mercado brasileiro nos próximos anos, o que pode levar indiretamente a um crescimento de ações de furto e fraude de energia.
“Se olharmos o preço [de energia], a tendência é aumentar. Os estudos nossos mostram que existe alta correlação entre preço e fraude”, afirmou Denis Maia, fundador e presidente executivo da Choice, à MegaWhat.
O Brasil responde por cerca de um terço do faturamento da companhia, que tem intensificado o seu processo de internacionalização, com negócios fechados na América Latina, Oriente Médio e Ásia. O grupo também tem buscado oportunidades de negócios nos segmentos de gás natural e saneamento básico.
Em setembro, a Choice fechou contrato com a Afinia (antiga Electrocaribe), distribuidora de energia do grupo colombiano EPM que atua em Cartagena e Barranquilla, para fornecer um programa de inteligência artificial para o combate a perdas de energia. O contrato, que terá dois anos de duração, tem valor de US$ 2,2 milhões.
Segundo Maia, este foi um dos primeiros contratos firmados pela Afinia, após a privatização da Electrocaribe em 2020. Pesou na decisão da distribuidora o histórico da EPM com o software, que, em três anos, permitiu um retorno de US$ 53 milhões com as demais subsidiárias colombianas.
O executivo explica que, como existe uma limitação normal do orçamento das distribuidoras para o combate a perdas, o programa computacional permite à elétrica priorizar as áreas que podem dar um maior retorno para a empresa, por meio da regularização de ligações.
“O objetivo é usar o recurso da distribuidora, que é finito, e recuperar o máximo de energia que é possível”, explicou Maia. “A inteligência serve não só para priorizar e otimizar recursos finitos, como também vale para indicar onde fazer as inspeções”, completou o executivo.
