Óleo e Gás

Empresas deixaram de investir em combustíveis fósseis e déficit eleva os preços, aponta Adriano Pires

Empresas deixaram de investir em combustíveis fósseis e déficit eleva os preços, aponta Adriano Pires

O atual aumento dos preços do petróleo e gás natural no mundo pode ser atribuído ao início da pandemia da covid-19, ainda em 2020, adiando investimentos e suspendendo a produção de alguns campos, mas também, como resultado da redução estratégica das próprias empresas de não investir mais na exploração e produção de combustíveis fósseis.

A combinação foi apontada por Adriano Pires, sócio-fundador e diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE) durante participação no Fórum Exame, nesta terça-feira, 9 de novembro. Segundo ele, os investimentos no segmento estão sendo reduzidos nos últimos cincos anos, deixando um déficit para atendimento do mercado.

Dessa forma, sem renováveis suficientes para atender à demanda do mercado – até então atendida pelos combustíveis fósseis – somado ao crescimento da economia, a previsão é da continuidade de preços altos de energia para os próximos anos.

“As renováveis não estão conseguindo substituir os combustíveis fósseis como se esperava e gerando esse déficit. Esse debate ambiental, esse que demoniza muito o combustível fóssil, leva a gente a uma situação que tem que ver como fica daqui pra frente”, disse Pires.

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Durante o período de maior restrição social da pandemia, o diretor do CBIE destaca que o preço do barril do petróleo chegou a US$ 20, fechando o ano numa média de US$ 43. Para 2021, a expectativa é que o preço do barril fique a um preço médio de US$ 65, mas considerando que ele já superou US$ 80, há a possibilidade que no inverno norte-americano possa ultrapassar a casa dos US$ 100 o barril.

Para que o Brasil tenha maior segurança energética com menor volatilidade dos preços, Adriano Pires defende, como “dever de casa” para o país, uma matriz mais diversificada e menos sujeita às questões climatológicas, por meio de políticas públicas que impulsionem as termelétricas a gás natural na base de confiabilidade da matriz.

“Está na hora de trazer confiabilidade, se não pode ter problema. O que ajudou muito foi que a economia não cresce acima de 1% nos últimos dez anos. Qualquer crescimento pode trazer problema de oferta”, disse.

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