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Petróleo, pandemia, seca e agro fazem importação disparar – Edição da Manhã

Reportagem do Valor Econômico mostra que os preços altos de petróleo e derivados, a escassez hídrica, a pandemia e a expectativa de safra recorde de grãos no ano que vem fizeram as importações subirem com força, apesar de uma demanda doméstica mais fraca nos últimos meses.

A importação dos itens mais importantes ligados a esses fatores, como combustíveis, energia elétrica, gás, carvão, vacinas, adubos e fertilizantes, somou US$ 45,7 bilhões de janeiro a novembro deste ano e explica pelo menos 36% do aumento dos valores desembarcados em relação ao ano passado e 41% contra 2019, sempre considerando o mesmo período de cada ano.

Em novembro, quando um aumento maior que o esperado da importação ficou mais claro e chegou a gerar déficit atípico para o mês, esses itens contribuíram com 59% da alta de desembarques. Com total de US$ 199 bilhões de janeiro a novembro deste ano e alta de 39% contra igual período do ano passado, as importações deixaram de ser reflexo da demanda interna em 2021.

Na busca por corte de CO2, Petrobras perde corrida para seus pares

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Diante da pressão ambiental sobre as petroleiras no mundo, a Petrobras aumentou, de US$ 1 bilhão para US$ 2,8 bilhões, os investimentos em descarbonização no seu novo plano de negócios 2022-2026, em relação ao planejamento anterior.

Levantamento feito pelo Valor Econômico, com base na estratégia de um grupo de multinacionais do setor (BP, Chevron, Eni, Equinor, ExxonMobil, Shell e TotalEnergies) mostra, no entanto, que o orçamento da estatal para o baixo carbono ainda é tímido ante os pares globais.

A reportagem ressalta que, para se ter uma ideia do tamanho da disputa, a Shell planeja investir entre US$ 5 bilhões e US$ 6 bilhões por ano em renováveis e soluções energéticas. A Total Energies quer estar entre as cinco maiores geradoras de energia renovável do mundo em cinco anos. E a ExxonMobil prevê anualmente US$ 2,5 bilhões na redução de emissões das suas operações.

O posicionamento da Petrobras levanta o debate se a brasileira, ao se concentrar no pré-sal, corre o risco de perder a corrida pelo desenvolvimento de novos negócios que lhe permitam reduzir a dependência do petróleo no futuro. Dos US$ 68 bilhões de investimentos esperados para 2022-2026, exploração e produção de óleo e gás absorverá 84%. As iniciativas de descarbonização representam 4% do orçamento plurianual.

Diversificação das petroleiras deve ganhar impulso em 2022

Em uma segunda reportagem sobre o tema da descarbonização, o Valor Econômico informa que enquanto a Petrobras busca um “novo motor de geração de caixa”, para complementar a produção de petróleo a longo prazo, as petroleiras devem se manter ativas na diversificação de portfólio em 2022.

O ano que vem tem tudo para ser transformacional para a indústria de óleo e gás, numa intensa movimentação das petroleiras rumo à transição energética, segundo a Wood Mackenzie. Com a recuperação dos preços do petróleo e o aumento da pressão pela redução das emissões, a consultoria espera níveis recordes de investimentos em descarbonização.

Embora a energia eólica e a solar estejam hoje o foco das atenções, a expectativa é que a estratégia das empresas do setor se amplie e passe a incorporar, aos poucos, a captura e armazenamento de carbono e o hidrogênio, por exemplo. A consultoria Wood Mackenzie também acredita que o aumento da pressão – de investidores, governos e sociedade civil – sobre as petroleiras pode forçar os produtores americanos a assumir compromissos de “net zero”, a exemplo das europeias.

Combustível caro reforça pressão por self-service nas bombas de postos de gasolina

A escalada dos preços dos combustíveis em 2021 intensificou pressões pela liberação do self-service em postos de gasolina, modelo difundido nos Estados Unidos e na Europa, no qual o próprio consumidor abastece seu veículo. A mudança é tema de propostas no Congresso e é defendida por parte do segmento de revenda, informa a Folha de S. Paulo.

Os defensores alegam que a redução dos custos trabalhistas levará à queda no preço final dos combustíveis. A mudança é rechaçada por sindicatos de frentistas e vista com pouco entusiasmo pela própria Fecombustíveis (Federação Nacional do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes).

PANORAMA DA MÍDIA

Importação avança, apesar de demanda fraca e dólar caro – esta é a manchete de hoje (13/12) do jornal Valor Econômico. O resumo da reportagem está no início desta edição do MegaExpresso.

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O jornal O Globo informa que, na pandemia, o faturamento do comércio eletrônico no Nordeste dobrou, um movimento que não passou despercebido pelas grandes varejistas. Para aumentar sua presença, com maior capilaridade, custo e prazo menor de entregas, as redes estão investindo na construção e na expansão de centros de distribuição na região. O ponto central dessa estratégia é Recife, em Pernambuco, em razão de sua localização entre um dos principais portos do país, o de Suape, e uma malha rodoviária extensa, que se conecta às BR-101 e BR-232. Outro fator de atração é o incentivo específico do governo estadual para estimular a instalação de centros de distribuição atacadistas e do e-commerce.

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Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo mostra que, ao contrário do que disseram líderes do Congresso ao Supremo Tribunal Federal (STF), a distribuição do orçamento secreto não prioriza serviços essenciais, mas a conveniência política de alguns parlamentares. Cidades que são base eleitoral de aliados do Palácio do Planalto ou de parlamentares em posições influentes no Congresso recebem centenas de milhões de reais, enquanto municípios próximos ou vizinhos ficam à míngua. Juntas, as quatro cidades campeãs em verbas do orçamento secreto que não são capitais estaduais receberam empenhos de pouco mais de R$ 731 milhões em 2020 e 2021. É mais que os 2.261 municípios da base da pirâmide, somados.

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Líderes dos partidos da base governista no Congresso dizem não ter uma agenda de prioridades para 2022, o que representa forte sinal de que o Palácio do Planalto já deixou em segundo plano interesses no Legislativo para concentrar esforços na tentativa de reeleição do presidente Jair Bolsonaro, informa a Folha de S. Paulo. A última medida significativa aprovada foi a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios, que abre espaço para o Auxílio Brasil de R$ 400.

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