A Eletrobras divulgou na sexta-feira (17/12) o plano diretor de negócios e gestão aprovado pelo conselho de administração para 2022 a 2026, com previsão de investimentos de R$ 48,3 bilhões. O documento aponta que a companhia quer ganhar espaço, principalmente, no segmento de transmissão, depois da privatização, prevista pelo governo para ocorrer em 2022, conforme análise do Valor Econômico.
A empresa prevê um aumento de 17,6% nos investimentos em relação ao que havia sido anunciado no plano anterior, para o período de 2021 a 2025. A maior parte do valor vai para as áreas de geração e transmissão, que receberão, respectivamente, R$ 17,88 bilhões e R$ 19,96 bilhões em cinco anos. A companhia indica que deve buscar novos projetos de linhas de transmissão. A íntegra do plano diretor 2022-2026 pode ser acessado por este link.
Disputa deve marcar inédito leilão de reserva
O leilão de Reserva de Capacidade, marcado para amanhã (21/12), para contratação de potência e energia elétrica de usinas termelétricas novas e existentes deve atrair a atenção de investidores. O Valor Econômico informa que a expectativa do setor e do governo é que tenha bastante competitividade, já que são 132 projetos cadastrados, que somam mais de 50 mil MW.
Conforme destaca a reportagem, a novidade do certame é a alocação de custos, riscos e benefícios. Atualmente, todo o mercado paga pelo acionamento das térmicas, mas quando não estão em funcionamento, somente o mercado regulado assume os custos. A proposta deste leilão é que essas usinas sejam remuneradas por todos os consumidores via encargos do sistema.
O presidente do Conselho de Administração da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), Rui Altieri, destaca o potencial de redução de custos ao consumidor no médio prazo. “Pretendemos contratar térmicas que vão fazer um papel fundamental de garantir a confiabilidade a um custo muito mais baixo do que temos hoje. Para dar um exemplo, nesta crise que passamos neste ano, utilizamos recursos térmicos na ordem de R$ 2.500 por MWh. Para este certame, o limite máximo é de R$ 600 por MWh”, diz. Este patamar é estratégico para o Ministério de Minas e Energia (MME) em termos do custo futuro da operação, pois atualmente cerca de 40% do parque térmico tem Custo Variável Unitário (CVU) maior que os R$ 600 por MWh definidos para o certame.
Estado atrai projetos de geração solar com isenção tributária
O Valor Econômico traz, na edição desta segunda-feira (20/12), uma reportagem sobre a expansão da geração distribuída a partir da energia solar fotovoltaica no país. A reportagem destaca que, desde 2012, quando foi lançada a Resolução 482 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que abriu o caminho para a geração distribuída no país, a expansão da fonte tem sido forte e veloz.
De uma participação ínfima em 2012, a energia solar chegou a um marco no país em novembro desse ano: 11,6 GW instalados, sendo 63% desse total, ou 7,3 GW, em projetos de geração distribuída. Minas Gerais é líder em geração distribuída, com 1,3 GW instalados, ou 20% do total erguido no país, de acordo com dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Do total de 853 municípios mineiros, mais de 99% têm geração distribuída de fonte solar fotovoltaica.
Já a geração centralizada, que envolve grandes cargas, como aquelas em parques solares e usinas, está concentrada na região Norte do estado. Em parques centralizados (com maior potência e geralmente voltados a grandes consumidores), o estado tem 625 MW instalados, 1,2 GW em construção e 10 GW no papel. Esses projetos com construção ainda não iniciada respondem por quase um terço de empreendimentos que poderão sair do papel no Brasil.
Política de apoio ao setor carbonífero segue para sanção presidencial
O projeto de lei 712/2019, de autoria do deputado Esperidião Amin (PP-SC) e que determina à União a prorrogação por 15 anos da autorização do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda (CTJL), em Santa Catarina, a partir de 1º de janeiro de 2025, foi aprovado no Senado Federal na última quinta-feira (16/12). O texto também cria uma Política de Transição Justa (PTJ) voltada à energia limpa e segue agora para sanção presidencial. (Canal Energia)
Em oito anos, pré-sal já rendeu R$ 118 bilhões à União
Levantamento feito pelo Valor Econômico mostra que, passados oito anos após a licitação da área de Libra (hoje Mero), a primeira rodada sob o regime de partilha do país, 15 empresas diferentes pagaram R$ 117,9 bilhões à União para se posicionarem no pré-sal brasileiro, uma das fronteiras exploratórias mais cobiçadas pelas petroleiras no mundo nos últimos dez anos.
O Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP) destacou, em nota, que a licitação dos volumes excedentes de Sépia e Atapu, realizada na semana passada, representou a “última oportunidade de acesso a grandes volumes já descobertos do pré-sal”. O grande atrativo das áreas está no fato delas já estarem em produção e garantirem aos compradores uma fonte de geração de caixa imediata. Amparada por proteção legal, Petrobras arrematou 13 das 19 áreas licitadas sob regime de partilha Com a negociação de Sépia e Atapu, o governo esgotou a licitação dos ativos mais promissores da camada abaixo do sal.
O plano, agora, é que as áreas do pré-sal passem a ser oferecidas na “oferta permanente” – mecanismo de licitação sob demanda no qual a ANP oferece ao mercado um cardápio de ativos que ficam permanentemente disponíveis para que as petroleiras manifestem interesse a qualquer momento.
Neoenergia vai pagar R$ 160 milhões de juros sobre capital próprio
A Neoenergia comunicou ao mercado que seu Conselho de Administração aprovou, em reunião realizada no dia 13 de dezembro, a deliberação de juros sobre capital próprio, com base nos resultados apurados até 31 de dezembro de 2021, no valor de R$ 160 milhões, correspondentes a R$ 0,1318177317 por ação ordinária.
De acordo com o comunicado, o pagamento será realizado até 31 de dezembro de 2022 sem atualização monetária, com base na posição acionária de 05 de janeiro de 2022. Será deduzido o Imposto de Renda, exceto para os acionistas que tenham comprovado, junto ao Banco Itaú, a condição de dispensados da retenção do referido imposto. A partir de 06 de janeiro de 2022, as ações passarão a ser negociadas ex-direito. (Canal Energia)
PANORAMA DA MÍDIA
O jornal O Globo informa que dirigentes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pediram proteção à Polícia Federal, após eles próprios e outros servidores receberem ameaças de violência em consequência da liberação da vacina contra covid-19 para crianças com idades entre 5 e 11 anos. A Procuradoria-Geral da República também foi acionada.
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O resultado das eleições presidenciais no Chile é o principal destaque da edição desta segunda-feira (20/12) dos jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo. O esquerdista Gabriel Boric, líder dos protestos estudantis de 2011, foi eleito presidente do Chile ontem (19/12), ao derrotar o ultradireitista José Antonio Kast. Ao reunir o apoio de 4,6 milhões de eleitores (55,8% contra 44,1%). Aos 35 anos, Boric será, ainda, o mais jovem presidente da história do país e vai suceder o direitista Sebastián Piñera, que termina em março de 2022 seu segundo mandato. O pleito também teve 55% de participação, índice superior ao do primeiro turno (47%).
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Favorecidos por ganho de arrecadação, despesas obrigatoriamente contidas e já de olho nas eleições para governador em 2022, os estados aceleraram os investimentos neste ano. Reportagem do Valor Econômico destaca que, de janeiro a outubro, 26 estados e o Distrito Federal, conjuntamente, investiram R$ 27,4 bilhões. O crescimento real foi de 28,1% em relação a 2020 e de 48,8% na comparação com 2019 nos mesmos períodos.