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Reajuste de energia pode ficar em 9% com crédito de R$ 15 bilhões a elétricas – Edição da Manhã

Os consumidores terão de continuar a conviver com aumento das contas de luz em 2022, mas o socorro financeiro bilionário ao setor elétrico estruturado pelo governo deve evitar um “tarifaço”. O reajuste médio nas tarifas, inicialmente estimado em 21%, pode cair para 9,14%, a depender do valor da operação financeira. A projeção considera um financiamento da ordem de R$ 15 bilhões, como vem sendo aventado nos últimos meses.

A estimativa consta em documento oficial da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) encaminhado ao Ministério de Minas e Energia (MME), ao qual o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso. Apesar de evitar uma explosão nas contas de luz em 2022, a fatura chegará no futuro, já que o empréstimo será diluído nas tarifas ao longo dos próximos anos e terá incidência de juros elevados.

O novo socorro financeiro foi permitido por meio de medida provisória publicada em 13 de dezembro e será usado para bancar medidas emergenciais que reduziram o risco de um novo apagão no país. Embora os trâmites tenham avançado nas últimas semanas, ainda será necessário um decreto presidencial. Depois, a Aneel terá que regulamentá-lo. Como isso envolve prazo para receber contribuições de agentes do setor elétrico e da sociedade, a previsão de que o financiamento seja concedido em janeiro é considerada muito otimista, ressalta a reportagem.

Elétricas se preparam para o mercado livre

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Com a possibilidade de um aumento expressivo de consumidores que querem migrar para o mercado livre de energia, empresas já se mobilizam para absorver essa demanda represada, oferecendo ferramentas que aceleram a comercialização, além de aprimorar o relacionamento com clientes, conforme reportagem publicada na edição desta quarta-feira (29/12) do Valor Econômico.

O ano de 2022 deve impulsionar ainda mais este segmento, já que as tarifas vão continuar subindo no mercado regulado, o que deve atrair consumidores que buscam contratar um fornecimento de energia mais barato. No Brasil, existem cerca de 87 milhões de unidades consumidoras (UCs). Hoje, o mercado livre representa cerca de 35% do consumo total de eletricidade, com quase 10 mil consumidores.

Esse número pode crescer muito, já que, pelas regras atuais, quase 70 mil unidades consumidoras de grande e médio porte já poderiam migrar para o mercado livre, segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

A esse respeito, a reportagem ouviu a opinião de algumas comercializadores. Entre elas, a 2W Energia, que vem trabalhando para atingir esse público de demanda reprimida. No primeiro semestre, a empresa lançou sua comercializadora varejista, de olho nos consumidores de menor porte. O presidente da empresa, Cláudio Ribeiro, conta que paralelo a isso, a empresa está aumentando a oferta de renováveis para vender no mercado livre com a construção de duas usinas eólicas: o parque de Anemus, com 138 megawatts (MW), no Rio Grande do Norte, e Kairós, com 260 MW, no Ceará.

Entre os exemplos citados pelo Valor estão, também, a Delta Geração e AES Brasil. Elas são mais conservadoras em abrir suas estratégias, mas não negam que miram esse mercado. O presidente da Delta Geração, Luiz Fernando Leone Vianna, avalia que a abertura gradual já vem acontecendo, no entanto, para ele a lei traz mais segurança ao mercado. Hoje a Delta comercializa cerca de 8 mil MW, o que corresponde a 8% do consumo do mercado no Brasil. “Nós estamos acompanhando, observando para no momento certo planejar como nós vamos encarar este novo mercado”, disse Vianna.

Para 2022, a tramitação dos Projetos de Lei continua e apesar de ser um ano eleitoral, ele acredita que o projeto avança no início do ano legislativo. O vice-presidente de Relacionamento com o Cliente da AES Brasil, Rogério Jorge, acredita que o Brasil está maduro para que essa abertura aconteça, já que a modelagem de um segmento varejista já está consolidada no mercado. “Para o Grupo A, clientes de média e alta tensão, isso vai ser muito rápido e está fácil, já que o modelo varejista vem evoluindo muito e funcionando como agregador de consumidor”, afirma.

Petrobras assina contrato de compra e venda de gás com produtores

A Petrobras assinou com a Shell Brasil, Repsol Sinopec Brasil e Petrogal contratos de compra e venda de gás para operações conhecidas como swap. Por meio do contrato, a Petrobras processa o gás produzido por essas operadoras e, após esta etapa, o gás é novamente disponibilizado para as empresas transportarem até seus clientes, viabilizando o acesso direto delas ao mercado.

Os contratos são os primeiros nesta modalidade e permitem que produtores nacionais antecipem o acesso ao mercado e viabilizem o início de fornecimento já a partir de 1º de janeiro de 2022. (Agência Petrobras)

Rio: Justiça suspende reajuste no preço do gás natural

A Justiça do Rio de Janeiro concedeu liminar suspendendo o aumento de 50% no preço do gás natural fornecido pela Petrobras à distribuidora Naturgy. A decisão é do juiz de plantão Andre Felipe Tredinnick, que analisou a ação civil pública movida nesta terça-feira (28) pela Mesa Diretora e pela Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

Na decisão, o juiz determinou que a Petrobras mantenha as condições atuais de fornecimento e preço até que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprecie a representação feita pela concessionária Naturgy e até que sejam reguladas as condições de acesso ao mercado de gás, permitindo assim a instauração de plena concorrência no fornecimento do insumo. A decisão também recebeu parecer favorável do Ministério Público estadual, ao analisar que o aumento proposto “representaria verdadeiro caos para o Estado do Rio de Janeiro, impactando toda a população fluminense”. O reajuste ocorreria a partir de 1º de janeiro de 2022. (Agência Brasil)

Petrobras diz que vai recorrer de liminares que suspenderam reajuste do gás

A Petrobras informou ontem (28/12) que vai recorrer de liminares judiciais que suspenderam reajustes do preço do gás natural acertados com distribuidoras em alguns estados. Foram concedidas quatro liminares, sendo que uma foi negada, segundo a estatal. “Nessas ações em que as liminares foram concedidas, a Petrobras irá interpor os recursos e ações cabíveis com vistas ao estabelecimento de preço de mercado para a venda do gás”, afirmou a companhia, sem detalhar as origens das decisões judiciais. Um dos estados que obteve liminar contra o reajuste foi o Rio de Janeiro. (Valor Econômico)

Petrobras e Vibra testam diesel com conteúdo renovável em linhas de ônibus de Curitiba

A Petrobras e a Vibra começam, em janeiro, testes com o novo Diesel R5 (com 5% de conteúdo renovável), produzido na Refinaria Getúlio Vargas (Repar). Três linhas de ônibus operadas pela Auto Viação Redentor, em Curitiba, no Paraná, rodarão com o novo combustível pelos próximos seis meses. No período, serão fornecidos cerca de 120 mil litros do combustível para ônibus da cidade, com o objetivo de avaliar, em situação real, a influência do novo combustível na redução de emissões, no desempenho e na manutenção desses veículos.

O novo combustível Diesel R5 é produzido a partir do coprocessamento de óleos vegetais ou gordura animal com óleo diesel de petróleo. O combustível sai da refinaria com 95% de diesel mineral e 5 % de diesel renovável, também chamado de diesel verde. A Vibra fará a adição obrigatória de 10% de biodiesel éster e entregará o produto final ao cliente com 15% de conteúdo renovável. (Agência Petrobras)

PANORAMA DA MÍDIA

A divulgação de dados sobre o mercado de trabalho, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), ontem (28/12), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é destaque na edição desta quarta-feira dos principais jornais do país.

A reabertura de vagas de trabalho vem sendo marcada por salários mais baixos. Sinal disso é que, no trimestre encerrado em outubro de 2021, quando a taxa de desemprego recuou para 12,1%, a renda média do trabalho voltou a cair e atingiu o menor nível em quase dez anos no país. No trimestre até outubro, a renda média real, habitualmente recebida pelos trabalhadores ocupados, foi estimada em R$ 2.449 por mês. É o valor mais baixo de todos os trimestres da série histórica do IBGE, iniciada em 2012. (Folha de S. Paulo / O Estado de S. Paulo / O Globo)

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O Valor Econômico informa que o número de pedidos de recuperação judicial registrado em todo o país é o mais baixo desde 2015. Até novembro, 807 empresas haviam batido à porta do Judiciário, segundo a Serasa Experian. É menos da metade do que se viu em 2016, por exemplo, ano do impeachment de Dilma Rousseff, em que foram contabilizados 1.865 casos. No início do ano, advogados e profissionais da área imaginavam um recorde de recuperações, pois a busca por bancas especializadas estava alta. Além disso, a pandemia havia se agravado e aquele momento coincidia com o vencimento de dívidas renegociadas pelas empresas em 2020.

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