O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de dezembro, divulgado nesta terça-feira, 11 de janeiro, confirmou a expectativa de analistas de mercado e consolidou a inflação oficial do Brasil do ano passado em dois dígitos (10,06%), ante 4,52%, em 2020. Os destaques do indicador de dezembro, porém, foram a desaceleração da alta da energia elétrica e a redução de preços de combustíveis.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA de dezembro foi de 0,73%, com desaceleração em relação ao indicador de novembro (0,95%). O dado divulgado hoje também é menor do que a inflação observada em dezembro de 2020, de 1,35%.
Com relação à energia elétrica, a alta em dezembro foi de 0,5%, indicando desaceleração em relação a novembro (1,24%). O IBGE, no entanto, lembra que, desde setembro, permanece em vigor a bandeira tarifária Escassez Hídrica, que adiciona R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
No caso dos combustíveis, houve uma redução de 0,94% em dezembro. Houve recuos de 0,67% nos preços da gasolina, de 2,96% do etanol e de 0,33% do diesel. O gás natural veicular (GNV) foi o único combustível a apresentar elevação em dezembro, de 0,68%.
Perspectivas para 2022
As perspectivas para a inflação em 2022 são de desaceleração. De acordo com o último relatório Focus, documento publicado pelo Banco Central com expectativas de mercado, a projeção atual para inflação neste ano é de 5,03%, ligeiramente acima do teto da meta de inflação do Conselho Monetário Nacional (CMN) para 2022. A meta da inflação para este ano é de 3,5%, com intervalo de 1,5% para mais ou para menos.
No caso da energia elétrica, a expectativa agora se dá em torno do novo empréstimo bilionário previsto para o setor elétrico. Com a melhora do quadro hidrológico e a manutenção da bandeira Escassez Hídrica, discute-se a possibilidade de o valor do empréstimo ser menor do que os R$ 15 bilhões estimados inicialmente.
No caso dos combustíveis, porém, a situação é mais complexa. Os principais fatores que influenciam a política de preços de paridade de importação da Petrobras – o câmbio e o Brent – podem pressionar por uma nova elevação dos preços dos derivados de petróleo.
De acordo com dados divulgados nesta terça-feira pela Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom), a defasagem média do preço do diesel no mercado doméstico está em 10%. No caso da gasolina, a defasagem média está em 6%.