O Canadá está evoluindo na condução de políticas para expandir os investimentos na transição energética. Essa é a avaliação da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), que revisitou as políticas do país que hoje possui mais de 80% de sua geração de energia de fontes de baixa emissão.
A última revisão realizada pela IEA ocorreu em 2015 e, desde então, o país assumiu uma série de compromissos internacionais e domésticos sobre mudanças climáticas, principalmente com a meta de redução das emissões de gases de efeito estufa entre 40% e 45% até 2030, e um compromisso de atingir zero emissões até 2050.
Entre as medidas para apoiar essa redução, a agência aponta: a criação de um sistema de precificação de carbono; padronização de combustíveis limpos; compromisso de eliminar gradualmente a geração de energia a carvão até 2030; ampliação de plantas de energia nuclear; regulamentação para emissão de metano no setor de petróleo e gás, programas de eficiência energética e medidas para descarbonizar o setor de transporte.
“O Canadá mostrou uma liderança impressionante, tanto em casa quanto no exterior, em transições de energia limpa e equitativa”, disse Fatih Birol, diretor-executivo da IEA.
No entanto, o relatório aponta que o país tem desafios para alcançar suas metas ambiciosas, uma vez que a energia representa 10% do seu produto interno bruto e é uma importante fonte de investimento de capital. Além disso, o sistema de governo altamente descentralizado do Canadá necessita de uma boa coordenação para que a transição energética seja bem-sucedida.
Em complemento aos desafios, apesar da redução das emissões pela indústria de petróleo e gás ter diminuído nos últimos anos, o setor continua sendo uma importante fonte de gases de efeito estufa, respondendo por cerca de 25% das emissões do país.
A IEA recomenda que o país promova uma estratégia abrangente de eficiência energética que defina metas claras para eficiência energética em edificação, indústria e transporte.