O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou que a termelétrica Porto do Sergipe reduziu sua geração de energia em cerca de 30%, para 1.030 MW, desde 14 de janeiro. A redução, que foi fruto de interações entre a usina, o operador e teve a concordância da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), tem o objetivo de melhorar o aproveitamento das hidrelétricas dos subsistemas Norte e Nordeste, diante das fortes chuvas registradas nesse início de 2022.
Segundo o ONS, as precipitações verificadas no Norte e Nordeste em janeiro estão muito acima da média, resultando em afluências elevadas principalmente nos rios Xingu, Tocantins e São Francisco. A geração dessas hidrelétricas, combinada com as eólicas e solares da região, esgotou a capacidade de intercâmbio entre os subsistemas.
Ou seja, as regiões estão gerando mais energia que podem consumir, e não estão conseguindo exportar as “sobras” para os demais subsistemas, por limitação da transmissão.
Com a redução do despacho da termelétrica Porto do Sergipe, nos momentos em que a capacidade de intercâmbio seria atingida, “abre-se espaço para aproveitamento das demais fontes, de menor custo ao consumidor”, diz o ONS.
Em 13 de janeiro, o ONS informou a Aneel que estava negociando a redução da geração da usina desde o início do ano, por conta das afluências favoráveis nas bacias do Norte e Nordeste.
A negociação foi necessária pois, como a Porto do Sergipe usa gás natural liquefeito (GNL), o despacho é definido com 60 dias de antecedência, a fim de que o combustível possa ser adquirido.
O acionamento da termelétrica tinha sido aprovado pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) como uma das medidas para enfrentamento da crise hídrica do ano passado, e a geração de janeiro deste ano foi definida em novembro de 2021, quando ainda havia incerteza sobre as chuvas. A interrupção da usina, que vinha gerando 1.500 MW, estava prevista para 4 de março.