Apesar das altas temperaturas registradas na segunda quinzena de janeiro em quase todas as regiões do país, o ano começou com temperaturas mais amenas no submercado Sudeste/Centro-Oeste, o que refletiu em uma menor demanda de energia e uma queda de 0,3% na carga verificada no Sistema Interligado Nacional, na comparação com o mesmo período de 2021. Com isso, janeiro deve fechar 72.120 MW médios, muito abaixo da expectativa anterior, de crescimento de 3,1%.
Segundo dados da reunião do Programa Mensal da Operação (PMO), realizada nesta quinta-feira, 27 de janeiro, pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), a expectativa é de um crescimento da carga SIN de 2,8% para fevereiro (75.027 MW médios) e de 2,3% (74.388 MW médios) para março.
Conforme ressaltou o Operador, a previsão para fevereiro em todos os submercados considera o feriado do Carnaval, mas não as festividades, seguindo as mesmas projeções do feriado de 2021.
O subsistema Sudeste/Centro-Oeste, que reflete muito nos dados da apuração consolidada do sistema, deve alcançar uma carga de 41.199 MW médios em janeiro, uma queda de 2,2% na comparação com o mesmo mês do ano anterior, e bem abaixo da expectativa de crescimento de 3,5%. Para fevereiro e março permanece o valor projetado anteriormente, com 43.174 MW médios (alta de 2%) e 42.996 MW médios (alta de 1%), respectivamente.
A manutenção da previsão avalia que fevereiro deve contar com temperaturas na média ou acima da média no submercado, seguindo as características da última quinzena de janeiro.
O destaque em crescimento da carga ficou para o submercado Sul, com elevação de 7,8% na comparação com janeiro de 2021, impulsionado pelas altas temperaturas na região e a maior consumo para refrigeração e irrigação. Com isso, a carga deve fechar o mês em 13.899 MW médios no Sul, e apresentar um crescimento da ordem de 7,3% para fevereiro (14.157 MW médios), bem acima dos 3,7% projetados, e chegar em março com 13.524 MW médios, uma alta de 3,9% e acima dos 0,4% previstos anteriormente.
No caso do subsistema Nordeste, a previsão é de uma redução da carga de 4,3% (11.253 MW médios), e inferior ao registrado nos últimos três anos neste mesmo mês. Em fevereiro, uma ligeira alta de 0,2% é projetada (11.745 MW médios) e para março um alta de 3,8% (11.839 MW médios).
O realizado se inverte no Norte, com um crescimento da carca de cerca de 3,1% ao mesmo período de janeiro de 2021, alcançando 5.769 MW médios, e a maior carga dos últimos três anos para o mês. Já para os próximos dois meses, o crescimento deve ficar abaixo do projetado, com 3,9 para fevereiro (5.951 MW médios) e de 5% em março (6.129 MW médios).
Balanço
Considerando a geração do sistema houve redução na geração térmica e volume de importação, conforme deliberação do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE). Com isso, o total passou de 14 GW médios em dezembro para 11,7 GW médios em janeiro.
Por conta da complementação das demais regiões, a geração hidráulica do Sudeste/Centro-Oeste aumentou cerca de 1 GW médio em janeiro, na comparação com o mês anterior. Da mesma forma, o submercado Sul teve um incremento de geração, com média de 4,4 GW médios, mantendo a política de preservação dos reservatórios.
O Nordeste apresentou elevação na geração hidráulica, devido à operação de controle de cheias na bacia do São Francisco, desde 17 de janeiro. Com isso, a geração térmica está sendo reduzida e minimizada no submercado.